A última vez que a balança registrou saldo negativo no ano foi em 2000, com déficit de US$ 731 milhões| Foto: Felipe Rosa/Gazeta do Povo

Depois de 13 anos registrando resultados positivos, a balança comercial brasileira encerrou 2014 com um déficit de US$ 3,930 bilhões, segundo dados divulgados na tarde desta segunda-feira (05), pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC).

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A última vez que a balança registrou saldo negativo no ano foi em 2000, com déficit de US$ 731 milhões.

O resultado comercial de 2014 é o pior desde 1998, quando foi registrado um saldo negativo de US$ 6,6 bilhões. As exportações alcançaram US$ 225,101 bilhões em 2014 (retração de 7% frente a 2013) e as importações totalizaram US$ 229,031 bilhões (redução de 4,4% na mesma base de comparação).

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O governo vinha adiando ao máximo admitir a possibilidade de déficit na balança comercial brasileira. Até início de novembro do ano passado, mesmo com acúmulo de resultados negativos bilionários nas contas, o governo ainda insistia na possibilidade de terminar o ano com saldo positivo.

Por outro lado, o saldo comercial do ano passado ficou dentro do intervalo das expectativas do mercado financeiro, que esperava um saldo negativo de US$ 1,7 bilhão a US$ 5,1 bilhões, segundo levantamento do AE Projeções com 13 instituições. A mediana encontrada foi de um déficit de US$ 4,150 bilhões.

Dezembro

A balança comercial encerrou dezembro com superávit de US$ 293 milhões, o pior resultado para o mês desde 2000, quando o saldo ficou negativo em US$ 211 milhões. No mês passado, as exportações somaram US$ 17,491 bilhões e as importações, US$ 17 198 bilhões.

Na quarta semana de dezembro, o saldo foi positivo em US$ 499 milhões e, na quinta e última semana do mês, a balança registrou superávit de US$ 355 milhões.

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Justificativas

Dentre as justificativas apontadas pelo Ministério do Desenvolvimento para o mau desempenho da balança comercial em 2014 está a retração nas vendas de manufaturados brasileiros (-13,7% frente a 2013), semimanufaturados (4,8% também em comparação com 2013) e de produtos básicos (-3,1% diante dos resultados de 2013).

Na lista de manufaturados são considerados, por exemplo, automóveis, plataformas de petróleo, açúcar refinado, autopeças, motores para veículos, aviões. Todos estes produtos fecharam o ano com índices negativos nas exportações.

Para semimanufaturados considera-se, por exemplo, a exportação de alumínio, óleo de soja bruto, cobre, ouro e ferro fundido, também com resultado inferior ao observado em 2013.

Da mesma forma, em produtos básicos entram produtos como milho em grãos, fumo em folhas e carne de frango, todos com redução nas exportações.

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