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Comércio exterior

Balança tem déficit de US$ 2,350 bilhões em novembro

A balança comercial brasileira registrou déficit de US$ 2,350 bilhões no mês de novembro, segundo os dados divulgados nesta segunda-feira (01), pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC). O resultado é o pior da série histórica para o mês.

O resultado ficou abaixo da mediana do mercado, segundo pesquisa do AE Projeções. O levantamento, que ouviu 12 instituições, previa déficit de US$ 2 bilhões a US$ 3 bilhões, com mediana negativa em US$ 2,7 bilhões.

As exportações no mês somaram US$ 15,646 bilhões, com média diária de US$ 782,3 milhões. As importações totalizaram US$ 17,996 bilhões e tiveram média diária de US$ 899,8 milhões.

A quarta semana de novembro teve déficit de US$ 98 milhões, resultado de vendas externas de US$ 3,911 bilhões e importações de US$ 4,009 bilhões.

No ano

No acumulado de janeiro a novembro, o déficit somou US$ 4,221 bilhões - o pior resultado desde 1998 para o período, quando o déficit foi de US$ 6,112 bilhões. As exportações no ano somam US$ 207,611 bilhões e as importações, US$ 211,832 bilhões.

Os analistas do mercado financeiro, consultados pelo Banco Central para o boletim Focus, estimam um saldo comercial de zero em 2014.

Saldo negativo

O déficit registrado em novembro no saldo da balança comercial, de US$ 2,350 bilhões, mostra que "inevitavelmente o saldo em 2014 será negativo", avalia o economista da Tendências Consultoria Integrada, Bruno Lavieri. Ele trabalha com um déficit comercial da ordem de US$ 1,7 bilhão no fechamento deste ano, o mais baixo desde 1998.

O economista lembra que em 2000 a balança fechou com saldo negativo, mas diz que o dado esperado para 2014 será o pior desde 1998.

Ainda, de acordo com ele, o resultado não será pior porque em dezembro a balança poderá registrar um saldo positivo de algo como US$ 2,5 bilhões. "Normalmente dezembro é um mês melhor para a balança porque as importações caem porque (o grosso) são feitas entre outubro e novembro", disse.

De qualquer forma, segundo o economista, o fato de o governo não estar postergando a contabilidade de importações para o ano seguinte já é um dado positivo. A observação de Lavieri remete ao ano de 2012, quando o governo transferiu para o primeiro trimestre de 2013 a computação das importações feitas pela Petrobras e ao final do ano passado, quando a petrolífera vendeu plataformas de petróleo que nunca saíram do País.

Para 2015, a Tendências trabalha com uma projeção de um saldo positivo de US$ 3 bilhões para a balança comercial. De acordo com ele, no ano que vem as exportações permanecerão fracas por causa da falta de demanda do mercado externo, mas o volume das importações deverá cair por conta da redução do consumo doméstico.

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