O ministro da Fazenda, Joaquim Levy, afirmou, em Nova York, que a divulgação do balanço auditado da Petrobras nesta semana vai “acabar com as preocupações” dos investidores. Levy, que participou nesta segunda-feira (20) de um evento da agência de notícias Bloomberg, disse ainda que é positiva a renovação do Conselho de Administração da estatal com profissionais do mercado em detrimento de indicados políticos.
“Em alguns dias, teremos o balanço auditado e isso é algo muito bom. Marca um novo passo na reconstrução da Petrobras”, afirmou ele, sendo questionado em seguida sobre o impacto da crise da estatal na economia. “A principal questão é que isso [balanço] vai acabar com essas preocupações.”
O ministro destacou que o Brasil é um país transparente, onde o governo é cobrado pelo que faz e gestores são responsabilizados por erros. Perguntado pelo editor-chefe da Bloomberg, John Micklethwait, sobre o fato de a presidente Dilma Rousseff afirmar que não sabia do esquema de corrupção na empresa, Levy respondeu: “alguns deles [dos gestores responsáveis pelos crimes] estão na cadeia. Alguns dos gerentes que sabiam. Muitas vezes não há como saber tudo. A Petrobras é uma grande empresa. Estou confiante na mudança na maneira de gerenciar, na cultura, em como a comunicação acontece dentro da empresa. A governança continuará a ser melhorada lá, assim como a expectativa de ter um novo Conselho que será formado por pessoas do setor privado e que podem dedicar muito mais tempo para supervisionar a companhia do que figuras públicas”, afirmou.
O ministro garantiu ainda que o Brasil conseguirá a meta de superávit primário (economia para pagar os juros da dívida pública) de 1,2% do Produto Interno Bruto (PIB) no próximo ano.
Reaproximação
O ministro da Fazenda disse que o governo tem feito um trabalho conjunto para reaproximar o Brasil dos Estados Unidos, citando os ministros do Desenvolvimento, Armando Monteiro, e da Agricultura, Kátia Abreu. “Todos nós temos participado”, afirmou Levy a jornalistas, em Nova York. “É um trabalho conjunto, para a gente conquistar mercado, ser mais competitivo e inclusive se aproximar dos EUA, que são um grande parceiro, tanto do ponto de vista comercial quanto do posto de vista do investimento, inclusive em infraestrutura.”