Sem poder recorrer aos bancos, balconista busca moeda na Catedral em Londrina
Sem poder recorrer aos bancos para trocar notas de dinheiro por moedas, a balconista Edna Garcia, que há 20 anos trabalha no restaurante e lanchonete Relva Grill, no calçadão de Londrina, deu um "jeitinho" para repor o caixa do estabelecimento. "No final de semana, teve muito fluxo no comércio e na segunda-feira de manhã não tínhamos nenhuma moeda para dar troco aos clientes", conta.
Segundo ela, estava faltando moeda em todos as lojas e até nas financeiras do calçadão. "Está difícil de abastecer o caixa por causa da greve dos bancários, por isso apelei e fui até a Igreja", revela. A tesouraria da Catedral de Londrina foi o único lugar em que Edna, preocupada em atender os clientes no horário do almoço, encontrou moedas originadas do dízimo e das ofertas dos fiéis. Ela trocou R$ 150 em notas grandes por moedas de R$ 0,25 e R$ 0,10 e por notas de R$ 2. "Amanhã [hoje], eu vou recorrer aos amigos dos carrinhos de pipoca", previa.
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Os trabalhadores bancários do Paraná decidiram manter a greve por tempo indeterminado e permanecer de braços cruzados, após assembléia realizada no começo da noite desta terça-feira (14), em Curitiba. Hoje 233 agência permaneceram fechadas das 329 agências na capital e região. No interior, 198 agências fecharam as portas.
Uma nova assembléia dos trabalhadores para decidir os rumos da greve, segundo o Sindicato dos Bancários de Curitiba e Região, será realizada nesta quinta-feira (16). No mesmo dia, uma rodada de negociações com a Federação Nacional de Bancos (Fenaban) está agendada. A expectativa dos trabalhadores é pressionar os banqueiros a propor um índice que atenda às reivindicações da categoria. O presidente do sindicato dos trabalhadores, Otávio Dias, afirma que na próxima reunião haverá uma avaliação de uma possível proposta dos banqueiros.
Em nota, a Fenaban informou que a suspensão da greve dos bancários seria um importante passo para a retomada das negociações entre as partes.
Nesta terça, somente as agências do Bradesco funcionaram normalmente. O banco conseguiu uma liminar na Justiça para manter as portas abertas. O sindicato, ainda tenta derrubar o interdito proibitório, que assegura que não ocorram paralisações nas 73 agências do banco privado em Curitiba e região, porém não recebeu nenhuma resposta favorável. "Ainda estamos esperando o julgamento do nosso recurso", informou o presidente do sindicato da categoria.
Reivindicações
Os bancários reivindicam aumento salarial de 13%, sendo 8% de perdas com inflação e 5% de aumento real. Também pedem mais investimentos dos bancos em segurança nas agências e imediações; mais contratações; aumento na Participação nos Lucros e Resultados (PLR), dentre outras reivindicações.
Curitiba
Do total de 329 agências em Curitiba e região metropolitana, 233 ficaram fechadas, segundo o sindicato da categoria. Aproximadamente 14 mil bancários deixaram de trabalhar. Das agências fechadas, o Banco do Brasil tem 54 e a Caixa Econômica Federal, 46. Dos bancos privados, 133 agências permanecem sem funcionar. Além das agências, os 12 centros administrativos dos bancos HSBC, Caixa Econômica Federal , Banco do Brasil e Superintendência do ABN Real também continuam paralisados.
Apesar da greve, o sindicato dos bancários afirma que os cheques continuam sendo compensados pelos 30% de funcionários que ainda trabalham nos bancos. Esse é o porcentual mínimo exigido por lei para greves. Saques e pagamentos podem ser feitos nos caixas do auto-atendimento. Depósitos em dinheiro e cheque, no entanto, não estão sendo feitos em nenhum banco, pois não há funcionários para recolher os envelopes de depósito no fim do dia.
A compensação de cheques é um serviço essencial e não deixou de ser feito, informou o sindicato. As pessoas devem ir às agências em funcionamento e falar direto com um gerente ou tesoureiro para realizar o serviço. O sindicato ainda confirma que, caso o cheque já esteja na praça, ele não ficará parado e será descontado. Para contas, impostos e títulos, o cidadão deve verificar se há a possibilidade de pagamento em qualquer banco. Além disso, pode-se utilizar o código de barras das contas e efetuar os pagamentos em caixas de auto-atendimento. Caso nenhuma dessas opções sejam úteis, ainda há as casas lotéricas que realizam grande parte de pagamentos.
Interior
No interior do estado, 198 agências fecharam as portas e 3.250 trabalhadores aderiram à paralisação, segundo o último balanço divulgado pelo Sindicato dos Bancários. As cidades que enfrentam greve são: Arapoti, Apucarana, Campo Mourão, Cornélio Procópio, Guarapuava, Londrina, Paranavaí, Umuarama e Toledo. Em Foz do Iguaçu, 100% das agências fecharam e 400 funcionários deixaram de trabalhar. Nesta terça-feira, os bancários fizeram uma passeata pela Avenida Brasil até a Agência Centro do Banco do Brasil em Foz do Iguaçu.
Casas lotéricas
Com a greve dos bancários, aumentou bastante a procura de serviços bancários nas casas lotéricas, por conta dos convênios com a Caixa Econômica Federal (CEF) e com o Banco do Brasil. Na segunda-feira (13), porém, houve uma pane nacional no sistema da CEF, que deixou sem atendimento as casas lotéricas. Nesta terça o atendimento voltou ao normal.
As lotéricas fazem grande parte dos serviços bancários, como recebimento de boletos de qualquer banco, inclusive impostos (exceto IPVA parcelado e guias GR e DARF) até o valor de R$ 500. Ainda nas lotéricas, correntistas da Caixa podem pagar contas do banco até o valor de R$ 2 mil, sacar até R$ 1 mil e depositar até R$ 500, mas somente em dinheiro; enquanto clientes do Banco do Brasil podem sacar até R$ 200 e também depositar até R$ 500 em dinheiro.
Nas agências dos Correios, qualquer pessoa pode pagar tributos federais e estaduais, faturas e títulos, contas de água, luz e telefone e boletos de qualquer banco dentro do vencimento. Correntistas do Bradesco (parceiro atual do Banco Postal) podem sacar até R$ 600 por dia e fazer depósitos.
Os funcionários dos Correios, que ameaçavam entrar em greve, dicidiram na noite desta terça-feira, dar mais tempo para o governo negociar uma proposta de reajuste salarial. Se entrassem em greve, o atendimento nos Correios também seria prejudicado.
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