Um grupo de bancários realizou uma manifestação, em frente à agência do Unibanco, na esquina das avenidas Marechal Floriano Peixoto e Marechal Deodoro da Fonseca, no Centro de Curitiba, por volta das 8 horas desta quarta-feira (17). Com faixas de protesto, cerca de 25 funcionários de vários bancos reclamaram da falta de segurança e das más condições de trabalho. De acordo com o Sindicato dos Bancários de Curitiba e Região Metropolitana, o Unibanco foi escolhido por ser a instituição que menos oferece segurança aos funcionários e clientes.
O membro do sindicato e funcionário do Unibanco Júnior César Dias afirma que das 17 agências da instituição, apenas duas têm porta giratória com detector de metais. "A direção do banco deve estar esperando acontecer uma tragédia para instalar essas portas", diz.
Na agência onde ocorreu o protesto não há porta giratória, nem câmeras de vigilância. Apenas um vigilante armado faz a segurança. "A direção do banco diz que a agência está em reforma, mas se não há segurança ideal para atender os clientes, essa unidade não deveria estar atendendo", contesta Marco Aurélio Cruz, diretor administrativo do sindicato e funcionário do HSBC. A manifestação teve apoio dos clientes e usuários do banco. "A falta de segurança aqui é uma vergonha", disse uma cliente.
As câmeras de segurança das agências de Curitiba são outra reclamação. Dias afirma que as imagens são precárias. Ele recorda o caso da cabeleireira Rosângela Costa, 40 anos, assassinada a tiros dentro do Bradesco, na Vila Hauer, no final de agosto. As imagens do assassinato, cedidas pelo banco à Delegacia de Homicídios, eram tão ruins que a polícia não conseguia sequer identificar a vítima.
Para Frankie José de Souza, cliente do Banco do Brasil do Alto da XV, onde o ítalo-brasileiro Florelino Ranghetti, 43 anos, fez um saque e foi morto numa rua próxima, a segurança dos bancos deveria ir além de câmeras e portas com detectores de metal. "Meu cunhado foi assaltado dentro da empresa onde trabalha após sacar R$ 10 mil no HSBC. O crime aconteceu longe da agência, mas ele foi seguido. Onde fica a responsabilidade da segurança pública? O que falta é um policiamento decente e efetivo."
A manifestação dos bancários continua nesta quinta-feira. O local ainda não foi definido, mas segundo o sindicato deve ocorrer no Alto da XV ou no Portão. A direção do Unibanco, em Curitiba, informou que o banco atente às normas de segurança estipulada pela Polícia Federal e que as agências da instituição na capital cumprem o que está previsto na legislação. A Federação Brasileira dos Bancos (Febrabam) e a Secretaria de Segurança do Estado não se manifestaram.