Curta e dividida entre dois meses, a greve dos bancários deverá ter impacto praticamente nulo sobre o comportamento do crédito nos meses de setembro em outubro, ao contrário do que aconteceu em 2012 e 2013. No ano passado, a paralisação foi mais duradoura e fez com que, ao se depararem com as portas fechadas, os clientes apelassem para modalidades mais caras.

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Isso porque o acesso a alguns serviços fica inviável. A principal linha afetada quando os bancários cruzam os braços é o financiamento à pessoa física, em especial o crédito pessoal e o consignado, que são as mais baratas, mas geralmente obtidas apenas pessoalmente. Com isso, a saída para quem precisa de dinheiro imediatamente é acessar modalidades pré-aprovadas nos caixas eletrônicos ou na internet, como, por exemplo, o cheque especial.

O saldo de operações com cheque especial cresceu 4,3% de agosto para setembro do ano passado, maior expansão entre as modalidades disponíveis para os consumidores. O rotativo do cartão, no qual entram saques e faturas que não foram pagas na data, teve o segundo maior crescimento (2,8%) no mesmo período. Nos meses anteriores, essas linhas registravam expansão de quase 1%.

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Em outubro de 2013, o chefe do Departamento Econômico do Banco Central, Tulio Maciel, avaliou que, se não fosse a paralisação, os dados do crédito poderiam ter sido melhores. Até porque, segundo ele, o saldo geralmente cresce um pouco mais em setembro porque está associado às atividades de final de ano. Os dados sobre esse setor serão divulgados pelo BC no dia 30 deste mês.

Na quarta-feira (8), a Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf), filiada à Central Única dos Trabalhadores (CUT) informou que a greve iniciada dia 30 de setembro foi encerrada no Banco do Brasil, na Caixa Econômica Federal e nos bancos privados. A paralisação segue, porém, nas agências do Banco do Nordeste (com exceção de Pernambuco), Banco da Amazônia e do Banrisul, que rejeitaram as propostas dos bancos.