O Copom (Comitê de Política Monetária) do Banco Central anunciou nesta quarta-feira (27) a manutenção da taxa básica de juros (Selic) em 14,25% ao ano, conforme amplamente esperado pelo mercado.
Todos os 50 economistas e instituições consultados pela Bloomberg previram a Selic estável nesta reunião. É a sexta reunião consecutiva em que o Copom decide que a taxa deve permanecer inalterada, mesmo com alguns sinais de desaceleração da inflação.
A decisão foi unânime entre os membros do Copom.
A inflação medida pelo IPCA, índice oficial do país, caiu pela metade em março, com a baixa do preço da energia elétrica no mês, resultado da mudança da bandeira tarifária da conta de luz de vermelha para amarela.
Segundo o IBGE, o IPCA foi de 0,43% no mês passado, abaixo do índice apurado em fevereiro deste ano (0,90%) e do mesmo mês do ano passado (1,32%).
Com a desaceleração no mês, o índice acumulado nos últimos 12 meses voltou a ficar na casa de um dígito: 9,39%. Isso não acontecia desde outubro do ano passado, quando estava em 9,93%.
Entretanto, mesmo com a queda na conta de luz, a tendência é que a inflação de abril acelere em relação a março, conforme indicou a prévia da inflação oficial para o mês. O IPCA-15 de abril foi de 0,51%, alta em relação aos 0,43% registrados na prévia do mês de março.
O BC havia indicado que não havia espaço para cortes da Selic neste momento. No último dia 7 de abril, o presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, listou razões para que a inflação fique mais controlada em 2016, mas descartou redução da taxa de juros.
Tombini afirmou, naquela ocasião, que o cenário não “nos permite trabalhar com a hipótese de flexibilização das condições monetárias”.
O mercado, no entanto, espera que haja uma redução da Selic ainda neste ano. A expectativa de economistas ouvidos pelo BC no último boletim semanal Focus é de que a taxa encerre o ano em 13,25%, ante previsão de 13,38% no boletim anterior. Para 2017, o mercado reduziu a projeção de 12,25% para 12%.
A expectativa de corte da Selic ocorre em função das estimativas de desaceleração da inflação, em meio à queda da atividade econômica.
Conforme o boletim Focus, o índice oficial de preços fechará o ano com avanço de 6,98%, queda em relação à projeção de 7,08% da semana anterior. Quatro semanas antes, a expectativa era de inflação de 7,31%. Para 2017, a projeção também recuou, passando de 5,93% na semana passada para 5,80% nesta semana.