Bancos brasileiros como o Itaú e o Bradesco serão alvo do G-20 - grupo que reúne as 20 maiores economias do mundo - a partir do segundo semestre, sob o risco de terem de garantir níveis de capitalização superiores aos demais bancos no mundo. A informação é do presidente do banco central suíço, Philipp Hildebrand, ao confirmar ontem que o grupo começará a debater a nova regulação para grandes bancos nacionais que podem representar riscos à economia mundial se quebrarem. Fontes no governo brasileiro prometem uma "intensa negociação" sobre os eventuais limites impostos às instituições nacionais.
No fim de 2010, o G-20 discutiu a situação dos bancos e decidiu que instituições financeiras de perfil global, como Citibank, UBS, Credit Suisse e outra dezena de bancos, terão de seguir regulações mais rigorosas para poder operar. A medida faz parte da reforma do sistema financeiro internacional e seu objetivo é estabelecer garantias de que eventuais novas falências de bancos não terão de ser resolvidas por governos, aprofundando a dívida pública e colocando economias inteiras em risco.
No fim do ano passado, o G-20 aceitou o plano para restabelecer em 2011 uma nova regulamentação para bancos considerados "grandes demais para quebrar". Esses bancos terão de manter em caixa volume de liquidez superior a todos os demais. Nessa primeira lista estão as instituições financeiras com importância mundial e impacto sistêmico. Já está certo de que não haverá bancos brasileiros nela. "Mas não ficaremos apenas nisso", disse Hildebrand. "Grandes bancos nacionais passarão a ser tratados também, no segundo semestre."
A Federação Brasileira dos Bancos (Febraban) lembra, no entanto, que os níveis de capitalização das instituições brasileiras já são superiores aos do resto do mundo. O índice de Basileia estipulado pelo BC do Brasil é de 11%, enquanto o Comitê de Basileia estabelece 8%. Entretanto, na média, os bancos brasileiros praticam um índice de capitalização de 17%, afirma a Febraban.
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