A Bolsa de Valores de São Paulo repetiu nesta terça-feira (26) a tendência recente de volatilidade e baixo giro financeiro, com a queda de ações de bancos suplantando uma recuperação moderada do setor de commodities.
Depois de esboçar alta pela manhã, o Ibovespa foi perdendo força e fechou em leve baixa de 0,22 por cento, aos 54.358 pontos. O volume de negócios na bolsa foi de 3,27 bilhões de reais.
Para profissionais do mercado, o giro fraco reflete o instante de maior indefinição dos investidores.
De um lado, os estrangeiros, que resgataram 17 bilhões de reais do mercado acionário doméstico desde o início de junho, estancaram as vendas, à medida que cresce a percepção de que o preço das ações está excessivamente descontado.
"O valor das ações está bem atrativo, porque os fundamentos das empresas estão fortes e indicam valores bem acima", disse Marcelo Karvelis, sócio-diretor da gestora independente Claritas, em seminário nesta tarde.
Mas a expectativa de novas notícias ruins sobre a economia norte-americana, ainda como desdobramento da crise de crédito no país, desmotiva compras.
"A maioria dos investidores está preferindo esperar o horizonte ficar mais limpo", disse Roberto Além, operador da M2 Investimentos.
Diante desse quadro, o comportamento das ações acompanhou de perto a tendência internacional. As preferenciais da Petrobras, por exemplo, subiram 1,1 por cento, a 34,19 reais, na cola da alta do barril de petróleo.
Ações de algumas siderúrgicas avançaram depois de o UBS Pactual liberar um relatório reforçando recomendação de compra para ações de empresas brasileiras do setor, com o argumento de que os papéis estão muito depreciados.
Companhia Siderúrgica Nacional, citada nominalmente no documento, subiu 1,1 por cento, para 54,00 reais. Gerdau, outra mencionada pelo UBS, avançou 0,7 por cento, para 29,0 reais.
Bancos em baixa
Mas isso não foi suficiente para conter a pressão da queda das ações de bancos sobre o índice.
As ordinárias do Banco do Brasil cederam 2,55 por cento, a 22,20 reais. Bradesco perdeu 2,1 por cento, para 29,08 reais.
"Apesar de os bancos brasileiros não terem nenhuma relação com a crise americana, as ações acabam acompanhando o pessimismo internacional com o setor", acrescentou Roberto Além.
A divulgação da ata da última reunião do Federal Reserve, no meio da tarde, teve pouco efeito sobre os negócios, tanto em Wall Street como na Bovespa.
O documento explicou os motivos que levaram a autoridade monetária norte-americana a manter o juro do país em 2,0 por cento ao ano e citou preocupações com a perspectiva de crescimento e a inflação.
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