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Batalha musical na tela do celular

Pressionada pelas gravadoras, a Apple decidiu comprar a Beats, que fabrica headphones | Lucas Jackson/Reuters
Pressionada pelas gravadoras, a Apple decidiu comprar a Beats, que fabrica headphones (Foto: Lucas Jackson/Reuters)
Gustavo Diament, diretor geral do Spotify:

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Gustavo Diament, diretor geral do Spotify:

A última semana foi movimentada para a indústria fonográfica e a legião de donos de smartphones que carregam os fones de ouvido como um item de primeira necessidade. No mesmo dia em que o Spotify, serviço pioneiro de streaming de músicas, anunciou sua chegada ao Brasil, a Apple divulgou a compra por US$ 3 bilhões da Beats, empresa que produz caros e estilosos headphones, naquela que se tornou a maior aquisição da história da companhia fundada por Steve Jobs.

INFOGRÁFICO: Conheça os principais serviços de streaming de música já disponíveis no Brasil

A vinda ao país da empresa sueca e o negócio da criadora do iPhone são uma amostra das disputas que hoje cercam o mercado de transmissão de músicas pela internet e têm afetado diretamente o faturamento de artistas e gravadoras.

O interesse da Apple na Beats, fundada pelo rapper Dr. Dre e o produtor musical Jimmy Iovine, não está direcionado aos fones extravagantes, mas sim ao serviço de streaming que a dupla lançou no início do ano e, em três meses, angariou 250 mil usuários – isso que nem chegou ao Brasil. A expectativa é que, por meio da nova aquisição, a Apple consiga ganhar terreno e recuperar o prejuízo, literalmente. Enquanto as assinaturas de serviços de streaming tiveram um salto de 51% em 2013, os downloads de músicas, como os feitos por meio da iTunes, caíram 2,1%. Os dados são da Federação Internacional da Indústria Fonográfica (IFPI, da sigla em inglês).

Novo modelo

O cenário é incômodo para a Apple, que, apesar de ter ajudado a salvar a indústria musical em 2003, com sua loja virtual, "dormiu" no ponto e viu concorrentes menores surgirem com um novo modelo de negócios, mais atraente e lucrativo. As próprias gravadoras passaram a pressionar a companhia para que ela aderisse ao streaming – tanto que a aquisição da Beats já era prevista pelo mercado há meses.

Como parte do negócio, tanto Iovine quanto Dre se juntarão à Apple para "guiá-­la" neste novo caminho. "A música está morrendo do modo como a conhecemos. Ela não tem crescido da maneira que todos queremos que ela cresça", reconheceu o vice-­presidente-sênior de softwares e serviços para internet da Apple, Eddy Cue, em conferência na última quarta-feira.

Artistas

Hoje, as assinaturas de streaming são a fonte de receita que cresce mais rapidamente para a indústria fonográfica. Nos Estados Unidos, um usuário gasta de US$ 25 a US$ 35 por ano em compras de músicas. Por outro lado, um assinante gasta cerca de US$ 100 por ano para ouvir artistas pela nuvem.

Parte desse valor vai para o bolso dos músicos e das gravadoras. Desde sua fundação, em 2008, o Spotify gerou cerca de U$ 1 bilhão em royalties referentes a direitos autorais para artistas, compositores, gravadoras e editoras musicais. O modelo de negócios do serviço prevê a remuneração de acordo com a quantidade de reproduções das músicas. Atualmente, o Spotify e a Pandora (ainda inédito no Brasil), os dois serviços mais populares no mundo, reúnem juntos quase 100 milhões de usuários ativos.

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