O resultado do Banco do Brasil terá um impacto negativo de quase R$ 500 milhões em 2007 com o Plano de Afastamento Antecipado. O gasto com o pagamento de encargos e demais benefícios para os funcionários que aderiram ao Plano será de R$ 860 milhões. De acordo com um comunicado do banco ao mercado financeiro, ontem, cerca de 7 mil funcionários optaram por se aposentar mais cedo, o dobro da previsão inicial, que era de 3,5 mil pessoas. No Paraná, 440 funcionários aderiram. O PAA era direcionado aos colaboradores do banco com mais de 50 anos de idade e pelo menos 15 de contribuição à Caixa de Previdência (Previ).

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A maior parte das despesas ocorreu no segundo trimestre (R$ 730 milhões), e outros R$ 130 milhões são esperados para os próximos três meses. Ainda assim, a economia prevista na folha de pagamento chegará a R$ 120 milhões, com outros R$ 252 milhões de efeito fiscal.

Assim, o efeito líquido no resultado do Banco do Brasil ao final do ano será negativo em R$ 488 milhões. Para o ano que vem, não haverá despesas com o PAA. A economia prevista é de R$ 240 milhões, maior que os R$ 82 milhões negativos do efeito fiscal. O efeito líquido no resultado de 2008, portanto, será positivo em R$ 158 milhões, informou o BB.

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Apesar do impacto negativo nos resultados, principalmente no balanço do segundo trimestre, as ações do Banco do Brasil na Bovespa (BBAS3) tiveram valorização de 1,45% ontem, sendo cotadas a R$ 28,61 no fim dos negócios. De acordo com o analista Fausto Gouveia, do Win (home-broker da Alpes Corretora, de São Paulo), o mercado já havia precificado (assimilado) o possível impacto que o Plano de Afastamento Antecipado teria sobre os resultados. "Isso não é um acontecimento de um dia só. O mercado acompanha o dia-a-dia do banco. Quando analisam uma empresa, os analistas já prevêem isso", diz. Ele lembra que as ações do BB tiveram desempenho superior ao de outros bancos brasileiros na Bovespa ontem.

O PAA foi lançado em maio na mesma data em que o Banco do Brasil anunciou um projeto de reestruturação nacional. Curitiba é uma das cinco capitais – ao lado de Belo Horizonte, Brasília, Recife e São Paulo – que passam a centralizar os Centros de Suporte Operacional. Estes departamentos vão concentrar os serviços de suporte das gerências regionais de logística e dos núcleos de apoio aos negócios de crédito, antes realizados em todo o país.