O Banco Central admitiu, nesta quarta-feira (24), que a recessão deve ser mais rigorosa que o esperado antes. Por isso, aumentou a previsão para a retração da economia brasileira de 0,5% para 1,1% neste ano. O relatório trimestral de inflação diz ainda que a autoridade monetária também revisou a projeção para a inflação oficial (Índice de Preços ao Consumidor Amplo, IPCA) de 7,9% para 9% em 2015.

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Essas estimativas ficaram mais perto do cenário econômico traçado pelos analistas do mercado financeiro. Os economistas esperam que a atividade econômica caia 1,45% neste ano. E que a inflação beire os 9%. A aposta é de 8,97%. Nos últimos 12 meses, por exemplo, o índice oficial está em nada menos que 8,47%.

Mercado piora previsão de retração do PIB em 2015 e inflação encosta em 9%

Pela 10ª rodada consecutiva, a estimativa para a inflação deste ano avançou de 8,79% da semana anterior para 8,97% agora

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A tarefa do BC era deixar a inflação em 4,5% ou, no máximo, 2 pontos porcentuais acima dentro da margem de tolerância. Foi nesse intervalo que o índice oficial ficou nos últimos anos, mas agora deve estourar e muito o teto de 6,5%. O Banco Central já admitiu que não pode fazer nada mais para salvar sua missão em 2015 e prometeu nos documentos anteriores ao relatório de inflação fazer a alta de preços convergir para o centro da meta.

Na última ata do Comitê de Política Monetária (Copom), por exemplo, o BC disse que mesmo com a alta surpreendente da inflação, aumentou a probabilidade alcançar o centro da meta no fim do ano que vem. E indicou que haverá mais aumento de juros porque os “sinais de avanços” ainda não são suficientes. E, pela primeira, admitiu que o Brasil já vive o aumento do desemprego, causado pelo freio na economia.

Essa recessão prevista já era esperada justamente porque o BC aumenta os juros para diminuir o ritma da economia e controlar a inflação. Há três semanas, o Copom aumentou a taxa básica justamente para isso. A cúpula do Banco Central aumentou 0,5 ponto percentual e a taxa Selic chegou a 13,75% ao ano, a maior desde janeiro de 2009.