O diretor de Política Econômica do Banco Central, Mário Mesquita disse nesta segunda-feira que a sociedade "não deve ter dúvida de que o Banco Central fará o necessário enquanto for necessário para trazer a inflação de volta ao centro da meta em 2009". Em discurso no encerramento do Seminário Anual de Metas de Inflação do Banco Central, Mesquita reafirmou que a autoridade monetária "está integral e inequivocamente comprometida com as metas". Atualmente, a meta de inflação anual, definida pelo Conselho Monetário Nacional, é de 4,5%, com margem de dois pontos porcentuais para cima ou para baixo.
De acordo com o diretor, a economia brasileira continua com ritmo de expansão "bastante robusto", e desde o fim de 2007 a inflação vem se afastando do centro da meta. "O risco de um cenário menos benigno segue se elevando", afirmou.
Mesquita prevê que o ritmo de expansão da demanda no Brasil deve se sustentar devido ao aquecimento do mercado de trabalho e ao aumento do crédito. Ele alertou que a possível existência de descompasso entre a oferta e demanda vem exacerbando os riscos de não ter um cenário benigno para a inflação.
Ele também afirmou que a situação da economia internacional está longe de ser tranqüila. Segundo o diretor, a tendência é de que deverá se aprofundar a desaceleração. Ele também observou que a crise financeira centrada nos Estados Unidos não está restrita àquele país. De acordo com ele, não há expectativa de recuperação nos Estados Unidos antes de meados de 2009. "No ano passado, a gente esperava recuperação para agora. Então, é possível que novamente a gente venha a ser surpreendido pela lentidão com que isso ocorre", disse. Mesquita observou ainda que a perspectiva para a inflação mundial principalmente em economias emergentes é de que continue em níveis elevados.
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