O Comitê de Política Monetária (Copom) manteve a taxa básica de juro nesta quarta-feira (21), pela segunda reunião consecutiva, em 8,75 por cento ao ano.
A decisão, unânime, veio em linha com o esperado pelo mercado e o colegiado do Banco Central repetiu o tom do comunicado da reunião anterior.
"Levando em conta, por um lado, a flexibilização da política monetária implementada desde janeiro, e por outro, a margem de ociosidade dos fatores produtivos, entre outros fatores, o comitê avalia que esse patamar de taxa básica de juros é consistente com um cenário inflacionário benigno", avaliou.
Além disso, a atual Selic contribui "para assegurar a manutenção da inflação na trajetória de metas ao longo do horizonte relevante e para a recuperação não inflacionária da atividade econômica", segundo o comunicado.
Analistas têm argumentado que, apesar de a atividade estar em recuperação, a capacidade ociosa na economia garante que isso ocorra ainda sem pressões inflacionárias significativas.
De 23 instituições financeiras consultadas pela Reuters na semana passada, todas esperam que a Selic feche o ano estável em 8,75 por cento, que é o menor patamar histórico.
O IPCA, que mede a inflação ao consumidor, acumulou alta de 3,21 por cento de janeiro a setembro. Apesar da expectativa de uma aceleração sazonal dos preços até o final do ano, o BC e o mercado apostam que a inflação ficará abaixo do centro da meta de 4,5 por cento em 2009 e 2010.
O Copom cortou o juro básico em 5 pontos percentuais ao longo de 2009 em resposta à forte desaceleração econômica desencadeada pela crise global. A maioria dos economistas acredita que a Selic terá de voltar a subir no próximo ano, mas não há consenso de quando isso ocorrerá.