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Dólar se adapta a IOF, segue exterior e cai 1,26%

O mercado de câmbio retomou suas principais referências após adaptar-se à nova taxação ao capital estrangeiro, e permitiu a queda de 1,26 por cento do dólar nesta quarta-feira em meio à recuperação da Bovespa e ao cenário favorável no exterior.

A moeda norte-americana terminou o dia a 1,726 real, encerrando uma sequência de três altas seguidas. Desde terça-feira, todo investimento externo em ações e renda fixa é tributado em 2 por cento pelo Imposto sobre Operações Financeiras (IOF).

Após subir a 1,768 real nos primeiros minutos da sessão, o dólar começou a ceder gradativamente, acompanhando a acomodação dos investidores e a virada dos índices internacionais. "O mercado já está se acalmando, voltando ao normal", disse o operador de câmbio de uma importante corretora, que preferiu não ser identificado.

No exterior, o euro superou pela primeira vez desde agosto de 2008 o nível psicológico de 1,50 dólar, e o índice do dólar em relação às principais moedas caía 0,7 por cento. As commodities, com bastante peso nas exportações brasileiras, tinham alta de 2,2 por cento segundo o índice Reuters-Jefferies, e a Bovespa subia 2,4 por cento logo após o fechamento do mercado de câmbio.

"Tem tanto dinheiro no mercado que não adianta ficar só taxando", disse Francisco Carvalho, gerente de câmbio da corretora Liquidez. Ainda assim, investidores temem que outros países emergentes adotem medidas semelhantes à brasileira.

"A realidade é que o dólar fraco está trazendo preocupações para todo mundo, e isso vai continuar até os Estados Unidos começarem a aumentar juros", completou. Analistas em todo o mundo esperam que o Federal Reserve comece a subir os juros somente no ano que vem.

Entrada de dólares

Antes da adoção do IOF sobre o capital estrangeiro, a entrada de dólares no país em outubro disparava para 10,489 bilhões de dólares, de acordo com dados divulgados pelo Banco Central nesta quarta-feira.

A maior parte desse volume está relacionada a operações no mercado de capitais, principalmente a venda de units do Santander Brasil, e não a um movimento de antecipação ao IOF --já que a primeira notícia a respeito do imposto foi publicada somente na sexta-feira.

O BC comprou somente pouco mais que a metade desse volume, 5,977 bilhões de dólares, o que de acordo com cálculos do banco BNP Paribas deve ter permitido aos bancos a cobertura de suas posições vendidas na moeda norte-americana.

No mercado futuro de dólar e cupom cambial, porém, os bancos seguiam até terça-feira com quase 7 bilhões de posições vendidas em dólares --que indicam uma aposta na valorização do real--, em contraponto aos investidores estrangeiros.

De quinta a terça-feira, os estrangeiros triplicaram suas posições compradas em dólar, para cerca de 6 bilhões de dólares, em um movimento de proteção a uma eventual alta da moeda norte-americana.

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