A diretoria do Banco Central disponibilizou, nesta segunda-feira 29, dois boxes dentro do Relatório Trimestral de Inflação (RTI) com o mercado de trabalho como tema. Um deles revela que a taxa de atividade é um dos itens que mais influenciam o mercado de trabalho, enquanto o outro apresenta um Indicador de Condições de Mercado de Trabalho (ICMT) para o Brasil.

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O primeiro, intitulado "Decomposição da Evolução da Taxa de Desemprego", diz que a taxa de desemprego dos últimos 12 meses diminuiu, sugerindo redução da ociosidade da mão-de-obra. O estudo, que aborda o período de 2002 a 2014, revela que a taxa de atividade, diferentemente do visto até 2012, caiu em 2013 e intensificou esse comportamento no período de doze meses encerrado em abril de 2014. Até 2012, a contribuição era positiva de 0,6 ponto porcentual ao ano e passou a ser negativa de 1,4 ponto porcentual para a taxa de desemprego em 2013 e de 1,9 ponto porcentual nos doze meses terminados em abril de 2014.

Já a evolução demográfica contribuiu para aumentar o desemprego em todos os anos analisados, mas com tendência decrescente, conforme o levantamento. A contribuição média anual foi de 1,4 ponto porcentual no período de 2002 a 2007 e de 0,9 ponto porcentual de 2007 a abril de 2014.

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A população ocupada, de acordo com o mesmo estudo, contribuiu para reduzir a taxa de desemprego de 2002 até 2012 (2,3 pontos porcentuais ao ano). Em 2013, entretanto, ocorreu o contrário, de acordo com o documento, com a população ocupada respondendo por 0,4 ponto porcentual do aumento da taxa de desemprego. No período de doze meses encerrado em abril de 2014 houve ligeiro aumento dessa população, porém em magnitude inferior ao verificado até 2012. "Os exercícios revelam que a redução da taxa de desemprego nos últimos trimestres se deve ao recuo da taxa de atividade e não pelo efetivo aumento da população ocupada", avaliaram os autores do trabalho.

O outro documento tem como título Indicador de Condições de Mercado de Trabalho e apresenta exercícios que sugerem que fatores como qualidade e composição da mão-de-obra, rotatividade e rendimentos do trabalhador, crescimento da população, dentre outros, além da própria taxa de desemprego, são importantes para a avaliação do mercado de trabalho. Conforme os autores, todos esses elementos podem afetar o custo marginal de produção das empresas e representar fontes de pressão inflacionária.

Por isso, o BC apresentou o ICMT, que, segundo os autores, trata-se de uma medida sintética de mudanças nas condições do mercado de trabalho e, consequentemente, no custo marginal das empresas e na inflação.