Brasília - O Banco Central anunciou ontem o maior programa de aumento de circulação de moedas e notas de pequeno valor desde a criação do Plano Real. Serão colocadas no mercado 1,4 bilhão de novas moedas principalmente de R$ 1 e R$ 0,50 e 460 milhões de cédulas de R$ 2 e R$ 5. A intenção é elevar a oferta de troco, reclamação antiga de comerciantes e clientes.
Desde a adoção do Real em 1994, o BC colocou em circulação 14 bilhões de moedas. Ao contrário das cédulas, que sofrem deterioração com o tempo, as moedinhas não são recolhidas pela instituição e continuam no bolso e carteiras dos brasileiros. O problema é o chamado "entesouramento", quando o cidadão esquece ou guarda o dinheiro. Isso explica boa parte da falta de troco. Por outro lado, há uma desproporção pouco compreensível na distribuição das cédulas em circulação. Cerca de um terço das notas cerca de 1,356 bilhão são de R$ 50, segundo o site do BC. É bem mais do que a soma de cédulas de R$ 2 e R$ 5 (1,023 bilhão).
Para tentar amenizar a situação, o BC pediu à Casa da Moeda a produção de 1,4 bilhão de moedas, o que vai aumentar o volume em circulação em 10%. São quase oito novas moedas para cada um dos 190 milhões de brasileiros. A produção desse dinheiro custará R$ 200 milhões. Também serão produzidas 460 milhões de cédulas, pouco mais de duas por habitante. Serão 350 milhões de notas de R$ 2, o que vai aumentar a circulação dessa cédula em 50%, e 110 milhões de R$ 5. Para imprimir o dinheiro, o BC vai gastar R$ 120 milhões.
O diretor de administração do BC, Anthero Meirelles, explicou que será dada prioridade à impressão de cédulas de menor valor porque são as mais usadas pela população. Na média, uma cédula de R$ 2 circula por 12 meses. Depois desse período, fica sem condições de uso e é retirada de circulação pelos bancos. As notas de R$ 1 não são impressas desde 2005, mas continuam em circulação e estão sendo recolhidas gradativamente.
O dinheiro novo chegará à população por meio de dois canais. O principal será o sistema financeiro. O BC já vem aumentando o volume de repasses de cédulas de menor valor e moedas aos bancos, o que deve elevar gradativamente a oferta de troco nas agências. A novidade é um canal direto com os pequenos comerciantes, que, a partir de 14 de setembro, poderão trocar cédulas de grande valor em postos no Banco do Brasil. A troca será gratuita, inclusive para quem não é cliente da instituição, com o uso do "kit troco" que virá montado do BC. Os guichês devem funcionar por dois a três meses o problema é que, ao menos no início, haverá apenas um posto de troca por estado.
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