O último relatório trimestral do Banco para Pagamentos Internacionais (BIS) atribui as recentes turbulências nos mercados financeiros e de dívida soberana à baixa expectativa de crescimento das principais economias do mundo.

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O relatório, publicado neste domingo (18), explica que a baixa perspectiva para a economia mundial está por trás da queda generalizada dos preços dos ativos de risco e da crescente preocupação nos mercados pela solidez do risco soberano.

O BIS destaca que o preço dos ativos de risco sofreu uma forte queda em julho e agosto, quando os dados macroeconômicos encobriram a solidez da recuperação de várias economias principais, como a americana e as da União Europeia (UE).

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A percepção de uma limitada margem de manobra das políticas monetária e fiscal para estimular a economia mundial acentuou a inquietação dos participantes dos mercados, informa o relatório.

Na Europa, o temor pela dívida soberana se espalhou desde a Grécia, Irlanda e Portugal até Itália e Espanha, o que endureceu as condições de financiamento dos bancos europeus, "afetando inclusive a formação de preços nos mercados centrais de dívida soberana da zona do euro", afirma o banco com sede em Basileia, Suíça.

"O rendimento dos bônus do Tesouro dos Estados Unidos e da Alemanha há 10 anos caíram para mínimos históricos, enquanto os preços do ouro e do franco-suíço aumentaram consideravelmente antes que o Banco Nacional da Suíça fixasse uma taxa de câmbio mínimo de sua moeda em relação ao euro", indica o texto.

O BIS informa também que o número agregado de ativos além-fronteiras reconhecidos pelos bancos declarantes aumentou no primeiro trimestre de 2011, principalmente pelo aumento dos empréstimos concedidos a residentes nos Estados Unidos

Os bancos declarantes ao BIS aumentaram seus ativos além-fronteiras frente a residentes de economias de mercado emergentes, atingindo a cota máxima desde a crise de 2008.

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O crescimento de US$ 178 bilhões de dólares (6,3% a mais em relação ao trimestre anterior) foi resultado do aumento de US$ 147 bilhões (10% a mais) nos ativos interbancários.

A circulação de ativos além-fronteiras na região da Ásia-Pacífico registrou um crescimento de US$ 126 bilhões (12%) no primeiro trimestre por causa do aumento das operações com origem e destino na China (80 bilhões de dólares, 24% a mais).

Também aumentaram os ativos além-fronteiras originados por residentes de outras regiões emergentes, como a América Latina.

A instabilidade política na África do Norte e no Oriente Médio provocou saídas de fundos de vários países da região.

As entidades bancárias que operam em escala internacional declararam maior aumento de passivos em um só trimestre em relação aos residentes do Egito (US$ 6,400 bilhões ou 26% a mais), número que também cresceu consideravelmente no caso da Líbia (US$ 2,200 bilhões ou 3,7% a mais).

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