O presidente do BNDES, Luciano Coutinho, disse nesta segunda-feira (30) que o país não deverá contar com os bancos privados no financiamento da infraestrutura no curto prazo. Segundo ele, a relação bancária em vigor no país torna difícil para os bancos alocarem capital num sistema que exige ainda hoje liquidez diária. A mudança deverá ocorrer, afirma, mas será lenta.

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Na primeira etapa, os bancos privados deverão ter uma participação inicial em operações de crédito de médio prazo."No início são prazos menores entre cinco e oito anos. Depois poderão avançar para 15 ou até 30 anos, que hoje só o BNDES consegue", disse o presidente do BNDES.

Coutinho disse que essa mudança representa a última etapa do processo de estabilização da economia brasileira. Aproveitou para, sutilmente, criticar os compatriotas ao dizer que "os brasileiros precisam confiar no país"."Às vezes é mais fácil que os estrangeiros tenham mais confiança no Brasil do que os brasileiros", disse durante apresentação em evento da Anefac (Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade), em São Paulo.

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Polêmica

Em entrevista recente a Folha de S.Paulo, o professor e economista, Edmar Bacha, disse que as medidas de proteção da indústria e ajudar setores são uma política governamental "míope". Segundo a crítica, as medidas do governo não irão interromper a desindustrialização do país.

Coutinho evitou polemizar com o colega, mas disse que talvez o economista pudesse "informar-se um pouco mais" sobre o que o governo tem feito.

"O governo olha para o curto e para o longo prazo. O olha de longo prazo implica em mais automação industrial, avanço tecnológico, treinamento e qualificação dos trabalhadores, abertura de oportunidades competitivas para desenvolvimento de novos setores da indústria", disse Coutinho e completou: "Não creio que essas são medidas de curto alcance. Talvez o professor devesse informar-se um pouco mais."

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