O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) abriu uma nova porta de negócios para as empresas brasileiras na África. O banco anunciou nesta quarta-feira (16) o financiamento à exportação de 143 ônibus fabricados pelas empresas Marcopolo e Scania para a África do Sul, avaliado em US$ 40 milhões, dentro do projeto de implantação do sistema de transporte rápido de massa (BRT, da sigla em inglês Bus Rapid Transit) na cidade de Joanesburgo. Segundo informou o chefe do Departamento de Exportação de Bens do BNDES, Leonardo Pereira, os ônibus fazem parte dos projetos de infraestrutura selecionados pela prefeitura de Joanesburgo para a Copa do Mundo, que ocorre naquele país.

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Pereira explicou que trata-se de uma operação de comercialização externa, na qual os recursos são integralmente repassados às companhias exportadoras e o risco do importador é assumido pelo banco. "O devedor é o importador, mas os beneficiários da operação são os exportadores, que estão recebendo os recursos da venda dos ônibus à vista". A transação amplia oportunidades para empresas brasileiras na África do Sul. "É um projeto que deve ser estendido também para outras cidades dentro do país, porque é um transporte que acaba se tornando menos oneroso para os operadores e mais eficiente para os usuários. Aumenta a velocidade e o conforto na viagem". Pereira disse que as fases subsequentes do projeto do BRT em Joanesburgo já estão previstas e de acordo com projeções do banco, o financiamento para o sistema de transporte rápido de massa para a cidade e outras localidades da África do Sul poderá "mais que dobrar", superando os US$ 80 milhões. O BNDES começou esse tipo de financiamento em 1999, ajudando na exportação de 2 mil ônibus brasileiros para o Transmileniun, que é o sistema BRT de Bogotá, na Colômbia, numa operação de US$ 17 milhões. A instituição já tem aprovado empréstimo de US$ 200 milhões para o sistema Transantiago, na capital do Chile, e outro para renovação da frota da Colômbia, avaliado em US$ 100 milhões. Para a Guatemala, Pereira disse que o empréstimo para a exportação de 3 mil ônibus para reestruturar o sistema de transporte deverá superar US$ 400 milhões. O BNDES tem ainda em perspectiva operações semelhantes para El Salvador e o Panamá, que deverão começar a ser estruturadas este ano.

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