São Paulo Mesmo que o novo ministro da Fazenda, Guido Mantega, tenha dito ontem que a política econômica "não mudará", o mercado financeiro pode iniciar as operações de hoje em clima de nervosismo após o afastamento de Antônio Palocci da pasta. Em momentos de incertezas e temores, cresce a possibilidade de dólar e risco-país subirem, e de a Bolsa de Valores cair.
A saída de Palocci foi anunciada após o fechamento do mercado de câmbio. No exterior, os ativos brasileiros pioraram seu desempenho após o anúncio da mudança no Ministério da Fazenda, mas antes das declarações de Mantega defendendo a manutenção das políticas de Palocci.
Por mais que o dólar, a bolsa e o risco-brasil tenham refletido ontem as incertezas quanto à permanência do ministro, a maior parte dos analistas não aposta em turbulências prolongadas. A mudança no ministério, segundo o jargão do mercado, já estava "precificada". "A volatilidade terá vida curta", prevê o economista-chefe do Banco Itaú, Tomas Malaga.
O risco-país brasileiro chegou ao fim das operações na máxima do dia a 236 pontos alta de 0,85%. O Global 40, um dos mais negociados títulos da dívida externa brasileira, perdeu 0,92% de seu valor.
A Bovespa perdeu fôlego após o anúncio do afastamento de Palocci e fechou o pregão com ganho moderado de 0,17%. A expectativa é a de que hoje os negócios nos diferentes segmentos do mercado financeiros sejam marcados por bastante volatilidade, o que gera oportunidades de lucro.
Ontem os ativos (ações, moeda, títulos) já haviam oscilado. O dólar chegou a subir 2,32% (a R$ 2,204) nos negócios da manhã, com os investidores especulando sobre o agravamento da situação do Palocci e a possibilidade de ele deixar o governo a qualquer momento.



