As Bolsas da China voltaram a suspender suas negociações nesta quinta-feira (7) pouco depois da abertura, por perdas de mais de 7%, após o anúncio oficial da desvalorização do yuan, a mais importante desde agosto.
Esta foi a segunda vez esta semana que as bolsas chinesas ativaram o mecanismo de suspensão, que na segunda-feira provocou o fechamento antecipado dos mercados de Xangai e Shenzen.
Menos de 30 minutos depois do início da sessão, o índice de Xangai perdia 7,32% (-245,95 pontos), a 3.115,89 unidades. Shenzhen recuava 8,35% (178,08 pontos), a 1.955,88 unidades.
A Bolsa de Hong Kong fechou em baixa de 3,09%. O índice Hang Seng perdeu 647,47 pontos, a 20.333,34 unidades.
Na Europa, a queda vertiginosa dos mercados chineses já provocou repercussões. Nos primeiros minutos da sessão, o índice FTSE 100 de Londres perdia 2,00%, o CAC 40 de Paris 3,00% e o DAX 30 de Frankfurt recuava 3,10%. A Bolsa de Madri operava em baixa de 1,98%.
A queda expressiva das bolsas da China coincide com a preocupação sobre a desaceleração do crescimento da segunda maior economia mundial, assim como com a desvalorização de sua moeda, o yuan (também chamado de renminbi).
Nesta quinta-feira, as autoridades reduziram o nível de referência do yuan em relação ao dólar em 0,51%, a 6,5646 yuanes por dólar, a menor taxa desde março de 2011.
Segundo a Bloomberg News, esta é a redução mais expressiva desde agosto, quando Pequim decidiu desvalorizar, de modo surpreendente, sua moeda em quase 5% em uma semana.
O yuan está autorizado a flutuar ante o dólar com uma margem de mais ou menos 2% a partir de uma taxa de referência, definida pelo Banco Central chinês (PBOC).
Esta foi a oitava desvalorização anunciada pelas autoridades monetárias chinesas, uma medida que preocupa os investidores. Ao mesmo tempo, um yuan frágil melhora a competitividade dos produtos chineses no exterior e encarece as importações.
“O mercado espera agora que uma desvalorização do yuan por causa do freio na economia”, disse Claire Huang, analista do Société Générale. O BC da China prevê para o conjunto de 2015 um crescimento de 6,9%, que seria o menor nível dos últimos 25 anos.
Para tentar criar confiança entre os investidores, a Comissão de Regulamentação dos Mercados Financeiros (CSRC) anunciou nesta quinta-feira a prorrogação da restrição das vendas aos acionistas que possuem mais de 5% em uma empresa cotada na bolsa.
Estes acionistas, que depois da queda espetacular da bolsa em meados de 2015 estavam proibidos de vender, estão autorizados agora a vender 1% de suas ações a cada três meses. O mecanismo que entrou em vigor na segunda-feira nas bolsas chinesas tem o objetivo de conter a volatilidade das cotações.
Na segunda-feira Xangai e Shenzhen fecharam de maneira antecipada em função do novo mecanismo, que suspende a cotação do CSI300, que reúne os dois índices e inclui grandes bancos e empresas de petróleo estatais.
Quando o índice perde 5%, os mercados ficam suspensos por 15 minutos, mas se a queda chega a 7% a sessão é encerrada prematuramente. Nesta quinta-feira, as duas Bolsas permaneceram abertas por menos de 15 minutos.
Bolsonaro e mais 36 indiciados por suposto golpe de Estado: quais são os próximos passos do caso
Bolsonaro e aliados criticam indiciamento pela PF; esquerda pede punição por “ataques à democracia”
Deputados da base governista pressionam Lira a arquivar anistia após indiciamento de Bolsonaro
A gestão pública, um pouco menos engessada
Reforma tributária promete simplificar impostos, mas Congresso tem nós a desatar
Índia cresce mais que a China: será a nova locomotiva do mundo?
Lula quer resgatar velha Petrobras para tocar projetos de interesse do governo
O que esperar do futuro da Petrobras nas mãos da nova presidente; ouça o podcast