A Bovespa fechou em queda pelo quarto pregão seguido nesta quarta-feira, 23, com o seu principal índice, o Ibovespa, abaixo dos 46 mil pontos. A bolsa caiu 2% e atingiu 43.340 pontos, menor patamar em quase um mês. O pano de fundo é o cenário externo desfavorável e as persistentes preocupações com a situação fiscal do país.
Apenas nos últimas quatro pregões, o índice de referência do mercado acumulou queda de 6,6%. O giro financeiro somou R$ 7 bilhões.
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Leia a matéria completaWall Street também fechou no vermelho, embora longe das mínimas do dia, com dados industriais fracos da China e Estados Unidos, que afetaram mercados emergentes em geral.
Commodities
O declínio das commodities foi mais um fator de pressão para o Ibovespa, com o índice da Thomson Reuters para tais produtos revertendo os ganhos da primeira etapa do dia e recuando 1,25%.
No front doméstico, o Congresso Nacional manteve, em sessão que se estendeu pela madrugada desta quarta-feira, 22, parte dos vetos presidenciais a medidas com potencial impacto nas contas públicas, mas adiou dois dos temas mais polêmicos, entre eles reajuste para o Judiciário.
O gestor Eduardo Roche, da Canepa Asset Management, disse que permanecem os temores com a situação fiscal e o risco de novo rebaixamento da nota de crédito soberana. “Se os vetos fossem derrubados seria o caos, mas a manutenção não muda o panorama.”
As expectativas acerca da votação da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que recria a CPMF e da reforma ministerial, bem como a missão da Fitch Ratings no país, também seguiram endossando cautela no mercado brasileiro.
É hora de comprar ações?
Para a equipe de estratégia da Itaú Corretora, as ações não estão baratas como parecem e é muito cedo para comprar papéis brasileiros. No ano, o Ibovespa acumula queda de 9,33 por cento em reais e de 42 por cento em dólar.
Em relatório a clientes, o estrategista da corretora Lucas Tambellini disse discordar do senso comum de que revisões de ratings para cima ou para baixo criam oportunidades de compra ou venda de ações, por serem considerados indicadores defasados.
Para ele, a Standard & Poor’s, que retirou o grau de investimento do Brasil na segunda semana de setembro, “está, na verdade, à frente do que está por vir”.
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