O Ibovespa, principal indicador da Bolsa de Valores de São Paulo, fechou em baixa de 3,09%, aos 60.099 pontos, puxado pela forte queda dos papéis da companhia Vale do Rio Doce e de bancos em um movimento de realização de lucros influenciado também pela baixa do mercaco americano. O dólar fechou em alta de 0,82%, negociado a R$ 1,840, também influenciado pela realização de lucros da bolsa . O risco-país caiu 0,59%, para 169 pontos.

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As ações preferenciais da Vale (as mais negociadas), que têm forte peso na Bovespa, caíram 7,76% e responderam por mais de 20% do volume financeiro da bolsa, que foi de R$ 8,317 bilhões, bem acima da média que gira em torno de R$ 4 bilhões.

- A baixa é mais uma questão de realização de lucros do que de fundamentos. No caso da Vale, os fundamentos continuam muito fortes. As ações da Vale subiram muito e estavam pagando prêmio sobre as outras empresas do setor - disse o gestor de renda variável da Mercatto Gestão de Recursos, Roni Lacerda.

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O gestor de renda variável da Meta Asset Management, Rafael Moyses, ressalta dois fatores que contribuíram para que os investidores vendessem os papéis da Vale e realizassem os lucros, fazendo as cotações despencarem.

O primeiro é que o banco americano JP Morgan reduziu a recomendação de compra para manutenção em carteira dos papéis por causa das recentes altas das ações. Isso, segundo Moyses, gerou expectativa de que outros bancos façam o mesmo. Além disso, o gestor diz que aumentou a volatilidade dos contratos de opções da Vale, o que contribui para que alguns investidores vendam os papéis no mercado à vista.

Nesta quarta-feira, a companhia comprou a concessão de 700 quilômetros da ferrovia Norte-Sul por R$ 1,4 bilhão nesta quarta-feira . Entretanto, segundo Moyses, a notícia não tem impacto sobre o valor das ações.

Previ e BNDES farão oferta de ações do BB

As ações do Banco do Brasil caíram 5,47%, com o anúncio de que a Previ (fundo de pensão dos funcionários) e o BNDES farão uma oferta pública de parte de seus papéis do banco. Os papéis Bradespar (-7,51%), que são influenciados pela participação que a empresa tem na Vale, e as PN da Itaú SA (-3,59%) também caíram forte.

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Contribuía também para a queda da Bovespa a baixa no mercado americano. Em Nova York, o Dow Jones fechou em baixa de 0,56%, aos 13.968,0 pontos; o Nasdaq recuou 0,64%, aos 2.729,43 pontos; e o S&P caiu 0,46%, aos 1.539,59 pontos.

Demanda por hipotecas nos EUA cai novamente

No exterior, influenciam o mercado mais notícias sobre a crise do crédito imobiliário nos Estados Unidos. Nesta quarta-feira, a associação americana das empresas de hipotecas (Mortgage Bankers Association - MBA) indicou que a demanda por hipotecas continua baixa. O volume de pedidos por empréstimos caiu 2,7% na semana encerrada em 28 de setembro, seguindo retração de 2,8% na semana anterior.

Uma fraca leitura no segmento de serviços pode elevar a expectativa de que o Federal Reserve (Fed), banco central americano, venha a reduzir os juros mais uma vez. Em setembro, a taxa básica foi cortada em 0,5 ponto, para 4,75% ao ano. A próxima reunião do Fed acontece em 31 de outubro.

Outro indicador divulgado nesta quarta-feira foi o do Institute of Supply Management (ISM), que mede o desempenho das atividades não-manufatureira dos Estados Unidos e ficou em 54,8 ante os 55,8 verificados em agosto, mostrando redução no ritmo de crescimento. Qualquer leitura acima de 50 indica expansão.

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Nesta quarta-feira, o banco alemão o Deutsche Bank indicou que também foi afetado pelas perdas relacionadas ao segmento imobiliário subprime (alto risco) americano. Na segunda-feira, Citigroup, UBS e Credit Suisse já haviam alertado sobre menores resultados.

No Brasil, o Banco central anunciou que o fluxo cambial ficou negativo em US$ 3 milhões em setembro . Apesar de o número ser pequeno, este é o primeiro mês de saída líquida de dólares do Brasil desde dezembro do ano passado. A Bovespa, no entanto, registrou um fluxo positivo de investimentos estrangeiros no mês passado.