Apesar da crise iniciada no mercado de crédito imobiliário americano que assustou as bolsas do mundo todo, em agosto, 17 empresas entraram com pedidos para o lançamento de ações na Comissão de Valores Mobiliários (CVM). O número de pedidos é superior ao de lançamentos concluídos em julho, mês em que houve o maior número de Ofertas Iniciais de Ações (IPO, na sigla em inglês) realizadas em 2007, com 14.

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Entre as empresas que estão na fila de aprovação da CVM para o lançamento de ações na Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) estão a própria Bovespa Holding, cuja empresa foi criada na semana passada, a rede varejista Marisa S/A, a rede de drogarias Droga Raia e a Amil Participações, que deu entrada com o pedido na CVM na sexta-feira.

Em agosto, no entanto, não houve lançamentos realizados na Bovespa porque o mercado espera o fim do período de férias no hemisfério norte para realizar os lançamentos de ações, já que os estrangeiros têm sido responsáveis por 70% das compras nos IPOs. Na avaliação da analista-chefa da Corretora Ativa, Mônica Araújo, os primeiros IPOs serão um teste para a demanda pelos novos papéis após a crise dos mercados financeiros.

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- Vamos ver se vão ser tão vibrantes esses IPOs quanto os do primeiro semestre, feitos antes da crise.

A analista acrescenta que a redução da liquidez no mercado mundial pode fazer com que os investidores fiquem mais seletivos, procurando as empresas que realmente tenham bons fundamentos nas IPOs. Em média, 70% da demanda nas IPOs da Bovespa têm sido de investidores estrangeiros.

A indústria de madeira Satipel deverá ser a primeira IPO depois do recesso, mas a empresa fez o pedido para o registro do lançamento ainda em julho, no dia 27. O investidor pessoa física interessado em participar da oferta tem do dia 10 ao dia 18 de setembro para fazer seu pedido de reserva junto a uma corretora consorciada. O valor mínimo de investimento é de R$ 3 mil e o máximo, de R$ 300 mil.

Grande destaque deve ser a IPO da Bovespa Holding

O gerente de Análise da Modal Asset, Eduardo Roche, avalia que a IPO da Bovespa Holding deverá ser um dos grandes destaques entre os próximos lançamentos.

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- Acho que vai receber uma grande atenção dos investidores. O giro financeiro da Bovespa tem sido muito forte e com perspectivas de crescimento promissoras. Mas é claro que o sucesso ainda vai depender de outro fatores, como o preço mínimo (definido no processo chamado de bookbuilding) - avaliou Roche.

Além da Bovespa, Roche lembra ainda que entre as empresas com pedidos de lançamentos de ações estão empresas de setores com perspectiva de crescimento no país, como o de logística e construção civil. No primeiro está a VIX Logística, que deu entrada no pedido em 23 de agosto. No de construção e engenharia estão a MB Engenharia S/A, a Construtora Tenda S/A e a Moura Dubeux Engenharia.

Ele lembra também do setor de drogarias, que, na avaliação do analista, deve passar por um processo de consolidação em breve. Em junho, foi realizado o IPO da rede Drogasil e a concorrente Droga Raia deu entrada no pedido.

O diretor de gestão da Meta Asset, Alexandre Rostmann, disse que ainda não avaliou as informações sobre as empresas, mas, a princípio, concorda que o lançamento da Bovespa deve atrair muita atenção dos investidores.

Os demais pedidos de lançamento de ações encaminhados em agosto são: Eleva Alimentos, Banco Fibra, BR Properties, Banco Industrial do Brasil, Trisul, Brasil BrokersParticipações, Marítima Seguros, a mineradora Paranapanema e o Laboratório Americano de Farmacoterapia.

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