A Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) encerrou a segunda-feira (29) com baixa de 9,36%, aos 46.028 pontos - uma queda de cerca de 40% em relação ao pico histórico dos negócios, atingido em maio deste ano.
A baixa registrada no dia mais turbulento dos mercados este ano foi a maior desde 14 de janeiro de 1999, quando a Bovespa fechou em baixa de 9,97%, na véspera da adoção do câmbio livre no país. Interrupção
A segunda-feira foi marcada pela interrupção dos negócios pouco depois das 15h, após o Ibovespa despencar mais de 10% - ativando o chamado 'circuit breaker', sistema que paralisa as negociações para evitar variações bruscas. Depois da retomada das operações, a queda manteve-se alta, perdendo parte da força nos minutos finais do pregão. O mercado repercutiu a notícia de que o Congresso norte-americano rejeitou o plano de US$ 700 bilhões em resgate a bancos nos Estados Unidos nesta segunda-feira (29).
O agravamento da crise também atingiu a cotação do dólar no mercado brasileiro. O valor da moeda norte-americana disparou e fechou em alta de 5,99%, cotado a R$ 1,964, na maior valorização percentual diária desde 2002. Uma forte baixa também atingiu as bolsas em Wall Street, "coração financeiro" de Nova York. O índice Dow Jones caiu 760 pontos, ou 6,71%, na pior queda diária da história. Durante o fim de semana, democratas e republicanos chegaram a um novo formato para o plano que prevê US$ 700 bilhões para o saneamento do balanço dos bancos.
Panorama externo
Como resultado do pessimismo externo, as principais bolsas de valores da Europa recuaram para o menor patamar desde 2005. O índice FTSEurofirst 300 - que reúne as principais ações do continente - desabou 4,95%, para 1.050 pontos - menor patamar de fechamento desde janeiro de 2005. O índice também atingiu sua maior queda percentual em um dia desde 21 de janeiro deste ano. Na Ásia, o pregão também foi de queda para a maior parte dos mercados. Tóquio fechou em baixa de 1,26%, Sidney com perdas de 2% e Seul em queda de 1,35%. A Bolsa de Hong Kong, por sua vez, encerrou o pregão com uma forte baixa de 4,29%.