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Crise internacional

Bovespa cai mais de 10% e pára de funcionar

O mau humor internacional tem efeitos pesados na Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) na tarde desta segunda-feira (29).

Por volta das 15h, o Ibovespa atingiu o limite de baixa de 15% e o pregão foi interrompido.

Segundo a Bovespa, negociações serão retomadas às 15h19.

O mercado brasileiro segue a tendência pessimista dos principais mercados mundiais com o temor de que a crise no sistema financeiro americano esteja se espalhando para a Europa.

Os investidores reagem aos novos problemas no sistema bancário europeu. De um lado, os governos belga, holandês e de Luxemburgo resgataram o grupo Fortis, um dos 20 principais bancos da Europa. De outro, o Santander informou que irá comprar a unidade de varejo da concessora de empréstimos britânica Bradford & Bingley e o governo britânico anunciou a nacionalização da carteira de hipotecas do banco.

"O medo de quebradeira de bancos na Europa anulou os efeitos do pacote nos Estados Unidos", disse Carlos Alberto Ribeiro, diretor da Novação Distribuidora.

Dólar sobe quase 4% com nervosismo do mercado externo

Uma forte baixa também se desenha em Wall Street, com os investidores mantendo a cautela ante a votação do projeto de resgate do sistema financeiro. Por volta das 14h40 de Brasília, o índice Dow Jones mostrava queda de 2,79%. Durante o fim de semana, democratas e republicanos chegaram a um novo formato para o plano que prevê US$ 700 bilhões para o saneamento do balanço dos bancos.

Há preocupação que a aprovação do pacote não seja suficiente para restabelecer a confiança do mercado financeiro. Mesmo o pronunciamento do presidente dos EUA, George W. Bush - pedindo rapidez para o Congresso norte-americano na votação do pacote financeiro - foi capaz de acalmar os investidores. Bush afirmou ainda que, com a aprovação rápida do plano, o Congresso pode mandar um sinal "forte" aos mercados.

O mercado repercute também a venda do banco Wachovia - o quarto maior dos EUA - para o Citigroup, em outro acordo orquestrado pelo governo federal americano, desta vez pela Federal Deposit Insurance Corporation (FDIC, agência federal que garante os depósitos bancários).

Panorama externo

Como resultado do pessimismo externo, as principais bolsas de valores da Europa recuaram para o menor patamar desde 2005. O índice FTSEurofirst 300 - que reúne as principais ações do continente - desabou 4,95%, para 1.050 pontos - menor patamar de fechamento desde janeiro de 2005. O índice também atingiu sua maior queda percentual em um dia desde 21 de janeiro deste ano.

Na Ásia, o pregão também foi de queda para a maior parte dos mercados. Tóquio fechou em baixa de 1,26%, Sidney com perdas de 2% e Seul em queda de 1,35%. A Bolsa de Hong Kong, por sua vez, encerrou o pregão com uma forte baixa de 4,29%.

Último pregão

Na sexta-feira, a Bovespa terminou os negócios em queda. O Ibovespa caiu 2,02%, para 50.782 pontos, com giro financeiro em R$ 5 bilhões.

O mercado viveu novo dia de baixas em meio a uma onda pessimista causada pelo impasse nas negociações nos EUA para aprovação do pacote de ajuda de US$ 700 bilhões ao mercado financeiro e pelo fraco resultado do PIB do país no segundo trimestre, cujo resultado foi revisto para baixo.

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