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Mercados

Bovespa fecha em alta puxada pela compra da Ipiranga

A Bolsa de Valores de São Paulo fechou esta segunda-feira (19) em alta de mais de 2%, influenciada pela recuperação das bolsas externas e pelo acordo para compra do grupo Ipiranga, anunciado durante a manhã. As ações preferenciais da Braskem exerceram a maior influência sobre o índice, subindo 15,86%. As ações preferenciais da Petrobras tiveram alta de 1,93%. O Ibovespa registrou alta de 2,30%, aos 43.712 pontos.

Pelos termos do acordo anunciado antes da abertura dos mercados, Petrobras, Braskem e Grupo Ultra pagarão cerca de US$ 4 bilhões pelo Grupo Ipiranga. A Ipiranga, que em 2006 teve receita líquida de R$ 31 bilhões, possui operações nas áreas de produção e distribuição de petróleo e derivados e petroquímicos. Se concluída a compra, será um dos maiores negócios do setor químico e petroquímico dos últimos tempos.

Em relatório, a Merrill Lynch avaliou que a compra dos ativos de distribuição da Ipiranga "irão aumentar fortemente a posição geral da (Petrobras) nos negócios de distribuição de combustível". "Embora uma avaliação final dos efeitos financeiros ainda irá esperar mais definições, parece que, apesar do preço elevado de compra, o custo geral... deve ser facilmente financiado", completou a nota.

"(A operação) traz uma movimentação grande para a bolsa, principalmente porque envolve a Petrobras, que é a ação mais líquida", comentou Kelly Trentin, analista da SLW.

Ipiranga

O anúncio também puxou forte alta entre as ações ordinárias da Ipiranga. Os papéis ordinários da Petróleo Ipiranga, que devem ganhar mais com a operação, tiveram alta de 69,8%.

Já as ações preferenciais do Grupo Ipiranga, que serão alvo de uma oferta pública de compra pela Braskem, aparecem entre as maiores perdas na Bovespa nesta segunda-feira. A avaliação negativa do mercado em relação aos papéis preferenciais ocorre porque elas receberão cerca de 80% do prêmio pago aos acionistas controladores.

Ao final do dia, as ações preferenciais da Petróleo Ipiranga perdiam 5,35%. A Refinaria Ipiranga apresentava queda ainda maior, de 9,16%. As ações da distribuidora do grupo recuavam 4,62%.

Na sexta-feira (16), as ações ordinárias da Distribuidora Ipiranga fecharam em alta de 33,33%, gerando suspeitas de vazamento de informações privilegiadas. Em entrevista nesta segunda-feira, no entanto, Pérsio de Souza, da Estáter (empresa que assessorou a montagem do acordo de compra), disse não acreditar nessa possibilidade.

Influência internacional

De acordo com o analista da Prosper Gestão de Recursos, Gustavo Barbeito Lacerda, a Bovespa é beneficiada pela melhora das bolsas internacionais, desde os pregões na Ásia até os índices acionários em Nova York. No exterior, em particular nos mercados da Europa e dos Estados Unidos, o clima reflete a reação otimista dos agentes ao noticiário de fusões e aquisições, em especial uma eventual operação envolvendo os bancos Barclays e ABN Amro.

Pela manhã, as bolsas de valores da Ásia fecharam em alta, desconsiderando a alta de juros na China e impulsionadas por um iene mais fraco que encorajou investidores a comprarem ações do setor de tecnologia, que foram atingidas pela onda global de vendas das últimas semanas.

Os nervos ficaram agitados quando o principal índice de ações da China abriu em queda de mais de 2%, disparando temores de que o recuo poderia atingir outros mercados regionais. Mas o indicador se recuperou e fechou em alta de 2,87%. A bolsa de Tóquio encerrou em alta 1,59%, a 17.009 pontos, fechando acima dos 17 mil pontos pela primeira vez desde 13 de março.

Na Europa, os principais mercados também avançaram nesta segunda-feira (19) e registraram a maior alta em uma semana. O índice FTSEurofirst 300, que reúne as principais ações das empresas européias, subiu 1,45%, para 1.476 pontos, seu maior nível desde 12 de março, quando fechou em 1.482 pontos.

Em Wall Street, os índices fecharam no azul, influenciados por notícias de aquisições.

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