A reação positiva do mercado global à renúncia do presidente egípcio, Hosni Mubarak, deu fôlego para a recuperação das ações brasileiras nesta sexta-feira, com alta de 1,82 por cento do Ibovespa.
O principal índice da bolsa local voltou a ficar acima dos 65 mil pontos após dois dias, encerrando a 65.755 pontos. O giro do pregão foi de 6,78 bilhões de reais.
A queda de Mubarak aliviou o mercado internacional, que assistia aos protestos contra o governo egípcio com o temor de que a instabilidade alcançasse outros países do Oriente Médio.
"(O mercado) já abriu positivo hoje, mas acabou ganhando muito mais força a partir da tarde, quando houve o anúncio da saída do presidente do Egito", disse Rafael Dornaus, operador da corretora Hencorp Commcor.
A cerca de meia hora do fechamento, o índice Standard & Poor's 500, da bolsa de Nova York, tinha alta de 0,6 por cento, após abrir em queda.
O otimismo garantiu também que o Ibovespa terminasse a semana com alta acumulada de 0,7 por cento. Na quarta-feira, o índice havia tido o pior pregão do ano, com baixa de mais de 2 por cento, para o menor nível desde agosto.
Os setores que mais se destacaram nesta sexta-feira foram aqueles que haviam caído com mais força nas últimas semanas, à medida que os investidores buscavam oportunidades de compra.
De acordo com Dornaus, as ações de construção e de bancos se encaixam nesse perfil de recuperação, "ainda reagindo bem aos comentários do Banco Central de que as medidas (contra a inflação) foram efetivas e estão vendo resultado".
"Acho que tirou um pouco do risco de medidas macroprudenciais no curto prazo", afirmou o operador.
Cyrela avançou 6,84 por cento, a 18,58 reais, Rossi ganhou 5,0 por cento, a 12,81 reais, e Banco do Brasil subiu 4,75 por cento, a 29,58 reais.
Setor de celulosa também reage
O setor de celulose também aproveitou o respiro da bolsa, com ganhos de 3,68 por cento de Fibria, a 24,78 reais, e de 2,06 por cento de Klabin, a 5,46 reais.
Em relatório, o analista Marcos Assumpção, da Itaú Corretora, elevou as estimativas para as empresas do setor. "As quedas recentes oferecem uma boa oportunidade de entrada", escreveu o analista, que aumentou a projeção de preços de celulose para 2011 de 780 dólares por tonelada para 845 dólares e, para 2012, de 800 dólares por tonelada para 890 dólares.
Duratex também teve uma das maiores altas do Ibovespa, 5,3 por cento, a 16,30 reais, após o JPMorgan iniciar a cobertura da empresa recomendando exposição acima da média (overweight) e preço-alvo de 20 reais. A produtora de madeira industrializada "se beneficia do crescimento do mercado imobiliário e da renda disponível no Brasil", afirmaram os analistas Debbie Bobovnikova e Lucas Ferreira.
Vale PN subiu 1,55 por cento, a 49,67 reais, e Petrobras PN teve valorização de 0,49 por cento, a 26,40 reais.
O destaque de queda foi a ação da OGX Petróleo, qcom baixa de 1,46 por cento, a 17,60 reais, em uma realização de lucros após o anúncio, no meio da semana, de um poço de petróleo com alto potencial produtivo na bacia de Campos.
Fora do Ibovespa, as ações da HRT Petróleo e da Cetip subiram com força após serem incluídas na composição do índice MSCI-Brasil. A entrada dos dois papéis entra em vigor no dia 28 de fevereiro.
A ação da HRT subiu 3,9 por cento, para 1.730 reais, e os papéis da empresa de custódia de ativos e títulos avançou 7,34 por cento, a 25,43 reais.
Moraes eleva confusão de papéis ao ápice em investigação sobre suposto golpe
Indiciamento de Bolsonaro é novo teste para a democracia
Países da Europa estão se preparando para lidar com eventual avanço de Putin sobre o continente
Em rota contra Musk, Lula amplia laços com a China e fecha acordo com concorrente da Starlink
Reforma tributária promete simplificar impostos, mas Congresso tem nós a desatar
Índia cresce mais que a China: será a nova locomotiva do mundo?
Lula quer resgatar velha Petrobras para tocar projetos de interesse do governo
O que esperar do futuro da Petrobras nas mãos da nova presidente; ouça o podcast
Deixe sua opinião