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O principal índice da Bovespa fechou nesta quarta-feira (20) pela quinta sessão consecutiva no azul, com a maior pontuação desde fevereiro de 2013, beneficiado pela alta das blue chips Petrobras e Vale, enquanto permanece a expectativa no mercado sobre desdobramentos na cena eleitoral. A sessão também contou com anúncio do Banco Central e do Ministério da Fazenda de novas medidas para estimular o crédito. As medidas do BC têm potencial para injetar R$ 25 bilhões na economia.
O Ibovespa fechou em alta de 0,73%, a 58.878 pontos, maior patamar desde 6 de fevereiro de 2013, quando encerrou a sessão em 58.951 pontos. No melhor momento do dia, o índice chegou a bater 59.010 pontos, renovando a máxima intradia para o ano. O volume financeiro somou R$ 7,4 bilhões.
Alguns movimentos de realização de lucros com papéis que têm peso importante no Ibovespa reduziram os ganhos no pregão. Logo paós a divulgação da ata da última reunião do Federal Reserve, banco central norte-americano à tarde, o índice chegou a recuar, mas no fechamento o fôlego foi retomado. "A corrida presidencial tem estado no centro do palco das decisões de estratégia de ações no Brasil, e provavelmente continuará sendo no curto prazo, a nosso ver", escreveram analistas do HSBC, em nota a clientes.
Da agenda eleitoral, estava prevista para esta quarta-feira a formalização pelo PSB da nova chapa para disputa, com Marina Silva como candidata a presidente e o deputado Beto Albuquerque (RS) como vice, após a morte de Eduardo Campos em acidente aéreo na semana passada. Também estava previsto, conforme fonte ouvida pela Reuters, a divulgação de um documento do PSB reafirmando os compromissos políticos assumidos por Campos.
Segundo análise gráfica da Itaú Corretora, o Ibovespa "continua em tendência de alta no curto prazo, em direção ao objetivo em 59.500 pontos, que é uma forte resistência". E superando isso, pode buscar 63.500 pontos, diz a análise. Entre os papéis que têm reagido ao noticiário relacionado às eleições, Petrobras avançou mais de 2%, assim como também subiram os papéis de outras estatais, como Eletrobras e Banco do Brasil.
As ações de Itaú Unibanco e Bradesco, que fecharam na máxima do dia na terça-feira, com altas superiores a 3%, não mostraram tendência definida ao longo da sessão, mas terminaram em alta. O Banco Central anunciou pela manhã que elevará a partir de 25 de agosto de 50% 60% a parcela do recolhimento compulsório a prazo que pode ser cumprida com operações de crédito. Também decidiu restabelecer em 75 por cento o Fator de Ponderação de Risco (FPR) para todas as operações de crédito de varejo, independentemente do prazo.
À tarde, o governo federal anunciou novas medidas tentar estimular o mercado de crédito, incluindo a criação dee Letras Imobiliárias Garantidas (conhecidas como "covered bond"), que ficarão isentas de Imposto de Renda e servirão para melhorar o funding das instituições financeiras que trabalharem neste segmento.
Papéis do setor imobiliário, aliás, figuraram entre as maiores altas do Ibovespa, com destaque para a alta de 5,8% da Rossi Residencial 5,8%. Até o pregão da véspera, o papel acumulava perda de quase 15% no mês. Ações de energia figuravam entre as maiores altas, com o índice do setor encerrando em alta de 1,25%.
MMX voltou a aparecer entre as maiores quedas, após ter despencado 10% na véspera. Nesta quarta-feira, a mineradora disse que irá paralisar temporariamente a produção da unidade de Serra Azul. A principal pressão negativa, contudo, veio de Cielo, que caiu pelo segundo dia com movimento de realização de lucros. Até o pregão da véspera, o papel acumulava alta de 5% no mês. O Bank of America Merrill Lynch reiniciou a cobertura da empresa com recomendação "underperform" (abaixo da média do mercado), com preço-alvo em 40 reais.
Ainda no setor financeiro sofriam com realização de lucros os papéis da BM&FBovespa e do BB Seguridade, adicionando pressão negativa ao Ibovespa.
No exterior, a ata do Federal Reserve mostrou que o BC norte-americano tem ficado surpreso com a velocidade com que o mercado de trabalho do país está se recuperando, mas não quer antecipar a planejada alta dos juros até que a recuperação mostre-se mais convincente.