A desconfiança dos investidores faz com que 18 empresas, das 62 listadas no Ibovespa, principal índice da Bolsa de Valores de São Paulo, sejam negociadas atualmente com valor de mercado inferior ao patrimônio líquido, de acordo com estudo da consultoria Economática divulgado nesta segunda-feira (18).
Segundo analistas, é um indicativo de que o mercado não atribui tanto valor à empresa quanto seu patrimônio sugere e as ações podem estar relativamente baratas, mas não significa que as cotações tenham condições de voltar a subir.
"Cada empresa tem que ser analisada separadamente. Lógico que isso é um indicativo de que as empresas estão negociadas relativamente baratas, já que não faz sentido valor de mercado ser inferior ao valor patrimonial. Mas isso mostra que o mercado precifica um futuro desafiador e não acredita que as empresas devam apresentar resultados melhores no curto prazo", avalia o analista João Pedro Brugger, da gestora Leme Investimentos.
O valor de mercado é basicamente o valor da ação na bolsa multiplicado pela quantidade de papéis existentes. Com a ação ordinária (ON, com voto) cotada a R$ 14,39 no fim do pregão da última sexta-feira (15), a estatal Eletrobras é a empresa com o maior desconto na avaliação de investidores, porque o valor de mercado estimado para esse dia era R$ 20,90 bilhões, enquanto o patrimônio líquido registrado no último balanço (março deste ano) chegou a R$ 78,19 bilhões.
"O mercado brasileiro tende a ser negociado com uma precificação inferior à maioria dos mercados emergentes, mas isso é mais relacionado à prevalência de empresas ligadas a commodities no Ibovespa, que tem a probabilidade de serem negociadas em valores menores", diz Nick Robinson, da gestora americana Aberdeen Asset.
Entre as 18 empresas, estão quatro construtoras (PDG, Brookfield, Gafisa e Rossi). Esse é o setor com a maior quantidade de empresas negociadas em valores inferiores ao patrimônio líquido.
A lista completa das empresas negociadas abaixo do valor do patrimônio líquido é a seguinte: Gerdau, Vanguarda Agro, Companhia Paranaense de Energia, Marfrig, Santander Brasil, Oi, Braskem, JBS, Fibria, Petrobras, Eletrobras, Banco do Brasil, Brookfield, Usiminas, Gafisa, B2W, Rossi e PDG.
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