Dólar cai com reação de Aécio
O dólar fechou em queda de mais de 1% sobre o real nesta segunda-feira (6), mas longe das mínimas da sessão, após o bom desempenho de Aécio Neves (PSDB) no primeiro turno das eleições presidenciais derrubar a divisa a R$ 2,37 durante a manhã. Segundo operadores, o tombo inicial da moeda norte-americana foi exagerado, gerando uma correção em seguida. A percepção é que o mercado deve continuar volátil nas próximas semanas, diante da disputa acirrada no segundo turno entre o candidato tucano e a presidente Dilma Rousseff (PT), que vem sendo fortemente criticada pelos agentes financeiros pela condução da atual política econômica.
O principal índice da Bovespa desacelerou os ganhos ao longo da segunda-feira (6), mas ainda assim fechou com a maior alta em mais de dois anos, após o desempenho do candidato de oposição Aécio Neves (PSDB) no primeiro turno da eleição presidencial superar expectativas. O Ibovespa encerrou com alta de 4,72%, a 57.115 pontos, mesmo avanço registrado em 27 de julho de 2012. Na máxima desta sessão, o índice chegou a 58.897 pontos, com alta de quase 8%. O volume financeiro no pregão totalizou R$ 13,3 bilhões.
As ações de empresas estatais, como Petrobras, Banco do Brasil e Eletrobras, foram destaque de alta, assim como ações dos setores financeiro e imobiliário. Analistas ponderaram, contudo, que ainda é incerto o desfecho da disputa pelo Palácio do Planalto. Assim, a expectativa é que a volatilidade na bolsa siga elevada até pelo menos o próximo dia 26, quando acontece a votação final.
Das 70 ações mais negociadas no pregão, 61 subiram, oito caíram e uma permaneceu estável. A alta registrada no fechamento foi igual ao ganho registrado em 27 de julho de 2012, que havia sido o maior avanço desde 9 de agosto de 2011.
No mercado cambial, o dólar fechou o dia em baixa ante o real. O dólar à vista, referência no mercado financeiro, caiu 2,31%, a R$ 2,416. O dólar comercial, usado no comércio exterior, teve queda de 1,58%, a R$ 2,425 (veja ao lado).
A alta da Bolsa é atribuída por analistas ao resultado do primeiro turno das eleições, segundo o qual Aécio teve 33,55% dos votos -- 34,8 milhões de eleitores --, contra 41,59% da candidata Dilma Rousseff (PT). A votação do tucano foi considerada surpreendente em relação às estimativas de pesquisas eleitorais.
Desde o início da campanha eleitoral, o mercado financeiro tem reagido positivamente quando a oposição apresenta chances de derrotar a atual presidente. Segundo analistas, os investidores veem com bons olhos a possibilidade de mudança de gestão nas estatais, pois investidores consideram que a atual administração tem tomado medidas intervencionistas. "A alta de hoje (segunda) foi reflexo, sem dúvida alguma, da surpresa que as urnas trouxeram ontem [domingo]. A diferença do Aécio foi menor do que a que estava sendo apontada nas pesquisas eleitorais. As notícias agradaram ao mercado, que premiou a Bolsa", afirma Newton Rosa, economista-chefe da Sul América Investimentos.
Ações
As estatais foram as protagonistas da sessão. Os papéis preferenciais da Petrobras, os mais negociados, fecharam o dia com avanço de 11,11%, a R$ 20,39. As ações ordinárias da petrolífera, com direito a voto, tiveram alta de 9,71%, a R$ 19,20.
Já os papéis do Banco do Brasil subiram 11,91%, a R$ 29,11. As ações preferenciais da Eletrobras fecharam com valorização de 6,46%, a R$ 10,38, e as ordinárias avançaram 9,29%, a R$ 6,94.
O pequeno investidor que estiver pensando em entrar no mercado agora deve ter cautela por causa do atual cenário de Bolsa, afirma Newton Rosa. "É melhor esperar uma definição maior do cenário eleitoral. Os preços estão baratos, mas a volatilidade exige sangue nas veias para aguentar essa movimentação", afirma o economista.
Como a PF costurou diferentes tramas para indiciar Bolsonaro
Cid confirma que Bolsonaro sabia do plano de golpe de Estado, diz advogado
Problemas para Alexandre de Moraes na operação contra Bolsonaro e militares; assista ao Sem Rodeios
Deputados da base governista pressionam Lira a arquivar anistia após indiciamento de Bolsonaro
Reforma tributária promete simplificar impostos, mas Congresso tem nós a desatar
Índia cresce mais que a China: será a nova locomotiva do mundo?
Lula quer resgatar velha Petrobras para tocar projetos de interesse do governo
O que esperar do futuro da Petrobras nas mãos da nova presidente; ouça o podcast
Deixe sua opinião