O principal índice das ações brasileiras desabou 5,72 %, a 52.811 pontos nesta quinta-feira| Foto: Reuters

A Bovespa teve nesta quinta-feira o pior dia desde a crise financeira de 2008, refém do pânico nos mercados internacionais com a possibilidade de agravamento da crise europeia e estagnação da economia global.

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Indicadores gráficos, no entanto, apontavam para a possibilidade de uma alta ao menos momentânea das ações.

O principal índice das ações brasileiras desabou 5,72 %, a 52.811 pontos.

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Foi a maior queda desde 21 de novembro de 2008, quando o mercado ainda juntava os cacos após a quebra do banco de investimento Lehman Brothers, no auge da última crise.

O giro financeiro do pregão foi de 9,7 bilhões de reais, acima da média de cerca de 6,3 bilhões de reais no ano.

"É fácil de explicar: é pânico", disse o diretor de tesouraria do Banco Prosper, Jorge Knauer.

A venda foi generalizada neste pregão, com apenas uma ação do Ibovespa em alta: a produtora de carnes JBS.

As principais empresas do mercado brasileiro apanharam, com queda de 5,39 por cento da ação preferencial da Vale a 41,26 reais, e de 7,36 por cento do papel PN da Petrobras, a 20,65 reais.

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A mineradora MMX, de Eike Batista, teve a maior desvalorização, 16 por cento, a 6,11 reais.

O medo de um agravamento da crise europeia e de uma estagnação da economia mundial se agravou nesta, após dois dias seguidos de forte volatilidade, com a maior queda das bolsas norte-americanas desde o início de 2009.

Indicadores econômicos têm mostrado há semanas que a economia dos Estados Unidos já não se recupera à mesma velocidade que no começo do ano. Além disso, os investidores temem que a crise na Europa atinja Itália e Espanha, terceira e quarta maiores economias da zona do euro.

MERCADO NÃO ARRISCA CALCULAR "FUNDO DO POÇO"

Indicadores gráficos mostram que o Ibovespa pode se recuperar, ao menos momentaneamente. O índice de força relativa das ações brasileiras, que mede se o mercado comprou ou vendeu ações em excesso, caiu ao menor nível desde os ataques de 11 de setembro de 2001, mostrando uma tensão nas vendas maior até do que na última crise, em 2008.

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"Daria algum espaço pelo menos para um repique momentâneo", disse o analista da corretora Socopa, Osmar Camilo, apontando para o relatório de emprego dos Estados Unidos, na sexta-feira, como uma possível oportunidade.

"Mas o contrário é válido também. Se tiver um 'payroll' (criação de empregos) muito feio amanhã, esquece qualquer métrica, porque o mercado deve reagir violentamente", afirmou.

A volatilidade é tão intensa que operadores e analistas evitam afirmam calcular até onde o Ibovespa poderia cair. Os últimos níveis de suporte a 58 mil e 55 mil pontos, considerados "importantes", foram pulverizados rapidamente.

"Eu acho que ainda não chegamos ao fundo. Embora seja difícil tentar saber onde é esse fundo, o mercado vive um momento de total irracionalidade e aversão ao risco", afirmou o sócio-diretor da corretora InTrader, José Simão Júnior.

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