O segundo maior banco privado do país, Bradesco, cortou suas projeções de crescimento da carteira de crédito este ano depois que a desaceleração da economia e aumento de índices de inadimplência fizeram os resultados da instituição ficarem levemente abaixo do esperado no segundo trimestre.
O banco teve lucro líquido de 2,83 bilhões de reais, avanço ligeiro de 1,7% sobre o mesmo período de 2011, enquanto o lucro recorrente somou 2,867 bilhões de reais, ante expectativa média de 11 analistas apurada pela Reuters de resultado positivo de 2,92 bilhões de reais.
O Bradesco reduziu sua projeção de expansão da carteira de crédito em 2012 de 18 a 22% para 14 a 18%, segundo balanço divulgado nesta segunda-feira (23).
O banco encerrou o trimestre com o quinto aumento seguido no índice de operações de crédito vencidas há mais de 90 dias. O indicador passou de 3,7% no segundo trimestre de 2011 para 4,2% e ficou acima dos 4,1% dos três primeiros meses de 2012.
Com o aumento na inadimplência, o Bradesco elevou a provisão para devedores duvidosos para 20,68 bilhões de reais ante 20,117 bilhões no primeiro trimestre e 17,365 bilhões no segundo trimestre do ano passado.
Enquanto isso, a carteira de crédito da instituição cresceu 14,1% no comparativo anual, para 364,963 bilhões de reais, puxado por expansão dos financiamentos a pessoa jurídica, que subiram 16,5% no período, para 252,728 bilhões de reais.
O retorno anualizado sobre patrimônio líquido médio (ROE), um indicador da lucratividade de um banco, fechou o trimestre no nível mais baixo desde pelo menos o terceiro trimestre de 2010, a 20,6%. De janeiro a março o indicador havia sido de 21,4% e no segundo trimestre de 2011 o Bradesco havia registrado ROE de 23,2%.