A diretora geral da Agência Nacional do Petróleo (ANP), Magda Chambriard, disse nestas quarta-feira (11) que o país terá de aumentar as importações de diesel em razão da explosão ocorrida há menos de duas semanas na refinaria Presidente Getúlio Vargar (Repar), pertencente a Petrobras em Araucária, Região Metropolitana de Curitiba (RMC). "Não fiz as contas de quanto será importado a mais. Certamente vai ser importado mais um pouco", disse Magda.
A explosão foi provocada, segundo o Sindicato dos Petroleiros do Paraná e Santa Catarina (Sindipetro), pelo rompimento de uma tubulação na unidade U-2100, de destilação de petróleo. Era uma das maiores unidades da refinaria.De acordo com o sindicato, o local foi bastante comprometido: houve danos estruturais e o calor do fogo chegou a entortar vigas de sustentação de equipamentos e dutos. Parte do petróleo vazou para a unidade de tratamento de descartes industriais da refinaria.
Segundo Magda, na segunda (9) a ANP determinou que um duto utilizado para transporte de óleo cru fosse usado para deslocar o diesel importado. A medida, segundo ela, viabiliza e dá agilidade à importação, de forma que não haverá descontinuidade ou problemas de abastecimento na região Sul. "A parte da mudança nos contratos [de importação] é bem mais simples, porque esses contratos já têm certa flexibilidade", explicou.
O duto indicado pela agência para transportar o diesel já deve estar funcionando a partir desta quinta-feira (12). A Petrobras, apesar de procurada diversas vezes pela reportagem, não esclareceu os detalhes do incidente. Mas nas notas enviadas á redação informou que não houve explosão, mas sim fogo na unidade, e não há risco de desabastecimento de combustíveis.
Apesar disso, já há notícias de que o governo raciona a distribuição do diesel na região Sul para evitar a escassez do combustível.
Leilões
A diretora disse também que ainda não é certa a realização de novos leilões para produção e exploração de petróleo e gás no país ano que vem. Segundo ela, a média de três leilões em um ano, como ocorreu em 2013, "de jeito nenhum será mantida". "Em 2014 vamos ver se vamos recomendar algum leilão. Em princípio estou achando apertado sugerir algum, mas é possível", afirmou.
"Ainda tenho que olhar as bacias sedimentares como um todo para ver onde já temos informações suficientes para atrair o interesse de investidores. Não começamos a fazer isso, começaremos ano que vem. Em dando tempo vamos sugerir. Caso contrário, ficará para 2015."
OGX
A OGX, petroleira em recuperação judicial do empresário Eike Batista, poderá manter seus campos de exploração off-shore (no mar) caso se mantenha adimplente, segundo informou hoje a diretora geral da ANP (Agência Nacional do Petróleo), Magda Chambriard.
"[Ela pode manter] desde que ela comprove capacidade econômico financeira para tal", disse. "Existe uma previsão no contrato de concessão que diz especificamente: em caso de recuperação judicial a empresa poderá manter os ativos dos contratos de concessão desde que tenha completo adimplemento das cláusulas contratuais", explicou.
Significa que se a empresa se tornar inadimplente ela perde o contrato. Na segunda-feira (9), a companhia anunciou que entrou em operação o segundo poço do campo de Tubarão Martelo, na bacia de Campos, nova aposta da companhia para obter receita.
A OGX também está evitando fazer estimativas sobre a produção diária do campo, depois que projeções superestimadas da produção de outro campo da companhia, Tubarão Azul, na mesma bacia, ter decepcionado os investidores e iniciado a crise do grupo EBX.