Após três horas de reunião a portas fechadas na manhã deste sábado (10) em São Paulo, a representante de Comércio dos Estados Unidos, Susan Schwab, e o ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, se mostraram otimistas quanto ao destravamento da Rodada de Doha.

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Para os dois, há "um sentimento de urgência" em que países ricos e em desenvolvimento entrem em um acordo de flexibilização do mercado. A Rodada de Doha está travada desde julho de 2006 por causa de impasses entre as nações.

A rodada das negociações da Organização Mundial do Comércio foi criada em 2001 com o objetivo de diminuir as barreiras comerciais em todo o mundo, com foco no livre comércio para os países em desenvolvimento.Discurso desafinado

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O discurso, no entanto, não parece tão afinado. Enquanto Amorim declarou que "um desenho final" para a retomada das negociações deve ocorrer no final de abril ou maio, Susan afirmou que "não há prazo final", para isso.

Ela sinalizou que ainda há muito a avançar e que é preciso "haver negociação na mesa". "Temos que saber qual é o interesse de cada país para que as cartas sejam colocadas na mesa. Temos que estabelecer uma relação de confiança", disse ela, durante coletiva à imprensa em um hotel de luxo na Zona Sul da capital, onde ocorreu o encontro.

Mesmo convicto de que a Rodada de Doha será retomada, Amorim também explicou que um acordo entre Brasil e EUA para redução das taxas de importação aos produtos brasileiros não pode ser tomado de maneira isolada.

"O Brasil, como integrante do Mercosul e do G-20 (grupo de países em desenvolvimento), tem de discutir tudo o que foi conversado com seus pares antes de uma decisão mais aprofundada", disse o ministro, que rejeitou a possibilidade de as negociações fracassarem se a questão do fim dos subsídios agrícolas no mercado americano não avançar.

"Tenho a convicção de que estamos perto. Existem hiatos, mas é a convicção de quem tem experiência em negociação", afirmou Amorim, que tem a total confiança do presidente Luiz Inácio Lula da Silva para tratar do assunto e representar o Brasil nas conferências internacionais.

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O ministro classificou a reunião deste sábado de "produtiva", mas não deu detalhes do que foi tratado. Disse apenas que ele e Susan estavam ali por uma determinação de Lula e do presidente dos EUA, George Bush, que, segundo o chanceler, estariam comprometidos com a conclusão da Rodada de Doha.