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Com a redução de 0,5 ponto percentual na taxa básica de juros, a Selic, o Brasil ocupa a quinta posição entre os países com os maiores juros reais (taxa que desconta a inflação) do mundo. De janeiro de 2010 até março deste ano, o país se manteve no topo desta lista. Agora, a China encabeça o ranking com juros reais de 4,1%, enquanto a taxa no Brasil baixou para os atuais 1,8%. O segundo colocado é o Chile (2,4%), seguido por Austrália e Rússia (ambas com 2,3%).

O Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom) anunciou nesta quarta-feira (29) a redução da Selic. Com a decisão, a taxa caiu para 7,5% ao ano, o menor patamar da série histórica iniciada em 1986.

O ranking dos juros reais é elaborado pela corretora Cruzeiro do Sul/Apregoa, com 40 das maiores economias do planeta. Da taxa básica, foi descontada a inflação projetada para os próximos 12 meses. Segundo Jason Vieira, analista internacional da Cruzeiro do Sul Corretora, a redução paulatina de juros no Brasil, aliada à elevação das medidas locais de inflação e a menor medida inflacionária em diversos países do mundo, possibilitaram que essa movimentação no ranking.

No Brasil o índice de preços ao consumidor vem desacelerando, mas pode voltar a subir pressionado pelo aumento da demanda estimulado pelas medidas tomadas pelo governo, como redução de IPI para os carros, entre outras. Outro fator que deve elevar a inflação é a alta nos preços dos alimentos, influenciado por fatores climáticos no Brasil e nos Estados Unidos.

Segundo levantamento da corretora Cruzeiro do Sul, feito em colaboração com o analista de mercado da Weisul Agrícola, Thiago Davino, para que o Brasil deixasse hoje a quinta colocação no ranking atual, teria de ter tido um corte de 0,75 ponto percentual. Assim, o país chegaria a uma taxa real de 1,5%, dividindo o sétimo lugar com a Coreia do Sul. Não seria possível assumir a sexta posição porque os cortes da autoridade monetária são baseados em múltiplos de 0,25 p.p..

Na lista dos países avaliados, mais da metade dos países citados, 21 no total, registram juro real negativo. Tanto que a taxa média geral dos 40 países analisados ficou em -0,3%. Os últimos lugares do ranking são ocupados por Cingapura (-3,8%), Venezuela (-3,5%) e Turquia (-3%).

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