O ministro de Relações Exteriores do Brasil, Celso Amorim, não descartou nesta sexta-feira a retirada do embaixador brasileiro da Bolívia. Segundo ele, a alternativa não está sendo cogitada ainda, mas caso as conversações com o país endureçam, o governo tomará as medidas cabíveis.
- Não vamos retirar (o embaixador da Bolívia) somente pelo que tem sido falado. Mas se identificarmos que não há um diálogo possível, vamos analisar as opções que existem - disse.
Na quinta-feira, Amorim já tinha reagido com indignação às declarações do presidente da Bolívia, Evo Morales.
Morales disse que os contratos da Petrobras em seu país são "ilegais" e que a empresa não receberia qualquer indenização pela nacionalização de seus ativos.
A entrevista de Morales, concedida durante a IV Cúpula da União Européia, América Latina e Caribe, em Viena, também provocou a reação da estatal. A empresa chegou a divulgar uma nota de repúdio às suas declarações.
A indignação do governo brasileiro, no entanto, não fez com que a Bolívia recuasse nos ataques. Nesta sexta-feira, o ministro de Hidrocarburos do país, Andrés Soliz Rada, disse que não participará da construção do gasoduto do Sul, caso a Petrobras seja acionista. Ele alegou que a empresa brasileira tem boa parte de suas ações em mãos de acionistas estrangeiros.
Diante da divulgação da notícia, Amorim voltou a responder o governo boliviano e disse que, sem a Petrobras, o gasoduto seria do Oeste e não do Sul.
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