O presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Armando Monteiro Neto, afirmou nesta terça-feira (25), durante abertura de evento com os pré-candidatos à Presidência da República, que o Brasil pode e deve crescer mais. Estão presentes os pré-candidatos do PSDB, José Serra, do PT, Dilma Rousseff, e do PV, Marina Silva.

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"A sucessão presidencial é sempre um momento importante na vida das nações democráticas. A indústria entende que deve apresentar aos candidados e a sociedade a sua visão sobre o país. O objetivo do encontro é o diálogo. Desejamos ouvir e ser ouvidos. O Brasil pode e deve crescer mais. Nos últimos 30 anos, ritmo de crescimento tem ficado abaixo das possibilidades, o que constitui grande frustração", avaliou Monteiro Neto, acrescentando que a agenda não é "corporativa".

Na última semana, a entidade divulgou o documento "A Indústria e o Brasil: Uma Agenda para Crescer mais e Melhor", que será entregue aos pré-candidatos e que pede "ajustes" na política econômica, como correção da "grande valorização do real" (dólar baixo). Diz ainda que é preciso aumentar o nível dos investimentos para que o país consiga sustentar uma taxa de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) acima de 5,5% ao ano.

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Monteiro Neto declarou nesta terça-feira que o empresariado expressou, por meio do documento, que o país pode dobrar a renda per capita a cada 15 anos. "Nos últimos 15 anos, tivemos importantes avanços, com a estabilidade, a maior presença global, a expansão da classe média e mais inclusão social. Estamos em um momento marcado por forte otimismo empresarial. Nossa geração tem a chance de interromper o ciclo de altos e baixos que tem marcado a nossa história nas últimas décadas", afirmou ele.

Aumento da renda

O presidente da CNI acrescentou que, para o Brasil caminhar para o atual nível de renda dos países mais ricos do mundo em 30 anos, proposta apresentada pelos empresários, isso requer liderança e contínuo processo de modernização das instituições econômicas e políticas. "Requer ativismo pró-competitividade. A indústria produz um impacto importante sobre a produtividade global da economia (...) Com mais indústria, brasil crescerá mais e melhor", disse ele.

Entre os atuais problemas da economia brasileira, Monteiro Neto citou a elevada carga tributária, o custo do financiamento às empresas e aos cidadãos, além da valorização cambial (dólar baixo que encarece as exportações e barateia as compras do exterior), e de deficiências de infraestrutura e logística. "Isso coloca o brasil em posição desvantajosa frente aos seus concorrentes. Para que os objetivos avancem, demandam a liderança presidencial. A redução da desigualdade há de ser um dos principais objetivos de qualquer programa de governo. Para gerar um melhor padrão de desenvolvimento", concluiu.

Reformas

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O presidente eleito da CNI e presidente da Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais, Robson Braga de Andrade, diz que é necessário "vontade política" do poder Executivo para realizar as reformas que o país necessita: "A vontade política do Executivo, do presidente da República é fundamental, especialmente de um presidente recém eleito com alto capital político."

Acrescentou que as principais reformas devem ser buscadas no início do próximo mandato, quando, segundo ele, o novo presidente terá "capital político" maior. Ele citou a reforma tributária, da Previdência Social, a reforma política e a reforma fiscal. "As reformas são urgentes e importantes. Postergá-las impacta o custo Brasil. A visão da indústria é piorizar as reformas com maior impacto sobre a competividade e o crescimento", declarou.

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