O Brasil deverá atingir a autossuficiência na produção de derivados de petróleo em 2020, estimou nesta quarta-feira (26) a presidente da Petrobras, Maria da Graça Foster. As importações de combustíveis, necessárias para cobrir o atual déficit de produção, a preços mais altos que os de venda no mercado interno, têm reduzido as margens de lucro da companhia nos últimos anos. "O mercado de derivados no Brasil foi o que mais cresceu no mundo", disse a presidente da Petrobras em conferência com investidores, comentando a força do consumo no país.
O Brasil deverá processar aproximadamente 3 milhões de barris por dia em 2020, contra cerca de 2 milhões de barris em 2013, segundo gráfico apresentado pela empresa em seu Plano Estratégico 2030.
Até o final de 2016, a Petrobras pretende aumentar em 195 mil barris por dia a capacidade de produção de diesel, querosene e gasolina em seu parque de refino, por meio de um programa de aumento da capacidade e eficiência das unidades. No período, a empresa também deverá colocar em operação a refinaria Rnest, em Pernambuco, e parte do Comperj, no Rio de Janeiro.
A Petrobras registrou lucro líquido de R$ 6,281 bilhões no quarto trimestre de 2013, resultado que ficou acima das estimativas do mercado, beneficiado pelo aumento dos preços dos combustíveis no Brasil. Mas apesar dos reajustes dos combustíveis, a empresa continuou apresentando prejuízo na divisão de Abastecimento, uma vez que segue vendendo combustíveis no mercado interno a preços menores do que os de compra no exterior.
No quatro trimestre, as perdas líquidas da divisão foram de R$ 5,46 bilhões, ante R$ 5,65 bilhões no mesmo período do ano anterior. O prejuízo em Abastecimento em 2013 caiu para R$ 17,76 bilhões, contra R$ 22,9 bilhões em 2012.
Investimento
A Petrobras deverá investir menos em 2015 do que em 2014, disse nesta quarta-feira a presidente da estatal, Maria das Graças Foster, durante conferência com investidores. Ela não deu detalhes numéricos ao comentar o plano de investimento quinquenal, que foi atualizado na véspera.
A Petrobras enxugou em 6,8% seu robusto plano de negócios para o período de cinco anos, com previsão de investimentos de 220,6 bilhões de dólares entre 2014 a 2018, na comparação com o programa anterior.
Mais cedo, a empresa informou que prevê investimentos de R$ 94,6 bilhões em 2014, uma redução de 9% ante 2013.