O Brasil avalia que a Rússia está mais disposta a ceder cotas de importação de carne suína e também prevê que a China poderá permitir o acesso do produto nacional a partir do ano que vem, disse o ministro da Agricultura, Reinhold Stephanes, nesta quarta-feira.

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O país, quarto exportador mundial de carne suína, tem na Rússia o seu principal mercado. Apesar disso, os russos ainda não oferecem cotas livres de tarifas de importação exclusivamente para os brasileiros. O Brasil é enquadrado como "outros" no sistema de cotas russo.

"A Rússia está dando sinais de que está querendo rever as cotas", afirmou Stephanes a jornalistas, durante um churrasco de carne suína na sede da Embrapa, evento que marca a posse do novo presidente da empresa de pesquisa nacional, o pesquisador Pedro Arraes.

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Stephanes, que esteve recentemente na Rússia, afirmou que o governo brasileiro entregou uma carta a autoridades russas reivindicando melhores condições para o Brasil exportar o produto.

Segundo ele, o Brasil condiciona seu apoio final à entrada dos russos na Organização Mundial do Comércio (OMC) à obtenção de melhor acesso naquele mercado.

O ministro ressaltou que o estabelecimento de uma cota para a carne brasileira é uma questão política, e não técnica.

O Brasil exportou para a Rússia no primeiro semestre deste ano 137,5 mil toneladas de carne suína, ante 115,8 mil toneladas no mesmo período do ano passado, segundo a Abipecs, que representa os exportadores brasileiros.

Para todos os destinos, incluindo a Rússia, as exportações do Brasil atingiram no semestre 294,4 mil toneladas, alta de 8,7 por cento ante 2008.

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Apesar de as exportações estarem em crescimento, Stephanes observou que há aparentemente um problema de "sobreoferta e demanda mais fraca" no mercado interno, depois de os produtores de suínos terem aumentado a produção.

Ele negou, entretanto, que o mercado interno esteja mais fraco em função dos casos de gripe H1N1, inicialmente conhecida como gripe suína.

O ministro ressaltou que a indústria precisa melhorar os tipos de cortes oferecidos no mercado interno, para ganhar mais consumidores.

"O problema não é esse (a gripe)", disse. "A gripe não teve influência no consumo... Queremos mostrar para o consumidor brasileiro... Um churrasco de carne suína é uma coisa maravilhosa."

China

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Uma outra opção para o Brasil ganhar mais consumidores para sua carne é a abertura do mercado chinês, que segundo o ministro ficou mais próxima após a visita do presidente Lula à China.

Stephanes disse que a China "sinalizou a abertura para o próximo ano do mercado de carne suína".

"A China deixou claro para nós que tem interesse em avançar, mas fica para o próximo ano".