Nova empresa será a terceira maior do setor de alimentos e bebidas dos EUA e a quinta no mundo.| Foto: Brendan McDermid/Reuters

A fabricante do famoso ketchup Heinz anunciou a fusão com a Kraft Foods, em mais um grande negócio envolvendo o trio do fundo 3G Capital – Jorge Paulo Lemann, Marcel Telles e Carlos Alberto Sicupira – e o megainvestidor Warren Buffett.

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A operação cria um gigante de US$ 28 bilhões de faturamento. A empresa nasce como a terceira maior de alimentos e bebidas dos EUA e a quinta no mundo, com cerca de 50 mil funcionários.

Curitiba

A Kraft, que no país também trabalha com a marca Mondelez, produz chocolates, sucos em pó e o cream cheese Philadelphia em Curitiba. A empresa foi atraída para a capital no início dos anos 2000, onde construiu um complexo com três fábricas. A sede no Brasil foi transferida para o Paraná e ficou no estado até a aquisição da britânica Cadbury pela Kraft, em 2010. Após o negócio, a sede administrativa da companhia voltou para São Paulo.

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Os acionistas da Heinz terão 51% da empresa, que receberá ainda um aporte de US$ 10 bilhões do 3G e da Berkshire Hathaway, holding de Buffett, a segunda pessoa mais rica do mundo.

O comando da nova empresa estará nas mãos do brasileiro Bernardo Hees, que já é o atual presidente da Heinz. Os atuais acionistas da Kraft receberão dividendos de US$ 16,50 por ação e uma participação de 49% na nova companhia.

Ex-executivo da ALL e do Burger King vai chefiar nova empresa

  • rio de janeiro

A futura terceira maior empresa do mercado de alimentos nos EUA terá um carioca no comando. Bernardo Hees, de 46 anos, foi escolhido para o cargo de diretor-presidente da Kraft Heinz. Graduado em Economia pela PUC-RJ e com MBA na Universidade de Warwick, na Inglaterra, o executivo é hoje diretor-executivo da Heinz e tem no currículo cargos de alto escalão em companhias como Burger King e ALL.

Em nota, lembrou a estratégia de atuação na Heinz, num sinal de que o corte de custos, um dos fatores-chave da gestão do grupo, deve ser replicado na nova empresa. “Ao longo dos dois últimos anos, transformamos a Heinz numa das empresas de alimentos mais eficientes e rentáveis do mundo enquanto reinvestimos em marcas-chave e continuamos o compromisso incansável com qualidade e inovação.”

A operação, avaliada em US$ 40 bilhões, está sendo considerada como a maior envolvendo troca de ações na carreira de Buffett, conhecido como “oráculo de Omaha”, apelido que envolve sua cidade de origem, no Nebraska (EUA), e sua capacidade de fazer bons negócios.

“Esse é o meu tipo de transação: unir duas organizações de classe mundial, entregando valor para os acionistas. Estou muito entusiasmado com as oportunidades que essa empresa irá alcançar”, disse Buffett. As ações da Kraft tiveram alta de 35% nesta quarta-feira (25), devido ao anúncio.

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O fundo 3G e a Berkshire fizeram a primeira grande operação conjunta em junho de 2013 ao adquirir a Heinz. Um ano e meio depois, a estratégia de gestão característica do trio de bilionários brasileiros, com base na meritocracia, foco agressivo em corte de custos e muitas demissões, fez a margem Ebitda da Heinz subir de 18% para 26%, transformando a empresa na mais lucrativa do setor de alimentos industrializados dos EUA.

Economia

No comunicado, a empresa diz que a economia de custos com a fusão das operações de Heinz e Kraft será da ordem de US$ 1,5 bilhão até 2017. Os planos incluem a re-internacionalização da Kraft, que em 2012 se voltou para o mercado norte-americano, com a cisão das operações globais, reunidas em uma empresa independente, listada em Bolsa, a Mondelez.

Redimensionada, a Kraft passou a focar em poucas, e famosas, marcas de laticínios, lanches refrigerados, sobremesas e bebidas nos EUA e no Canadá, enquanto a Mondelez, com US$ 35 bilhões de faturamento, ficou com balas, biscoitos e chocolates em todo o mundo (incluindo EUA).

No Brasil, a Mondelez é dona de Lacta, Tang, Trident e das outras marcas que pertenciam à extinta Kraft Brasil.

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