O BTG Pactual e o Fundo Garantidor de Créditos (FGC) assinaram memorando de entendimentos nesta sexta-feira (4) que dá ao maior banco de investimento independente da América Latina acesso a R$ 6 bilhões em financiamento, dando fôlego à instituição após a prisão de seu ex-presidente, André Esteves, na semana passada.
Em comunicado ao mercado, o BTG Pactual informou que a linha de crédito estará disponível a partir desta sexta-feira. O memorando foi assinado com a interveniência de seus principais acionistas controladores.
O FGC é uma entidade privada, sem fins lucrativos, que administra o mecanismo de proteção aos depositantes e investidores no âmbito do Sistema Financeiro Nacional. O objetivo do FGC é contribuir para a manutenção da estabilidade do sistema financeiro do país e prevenir crises bancárias sistêmicas.
O BTG Pactual também informou nesta sexta-feira que está em processo de entrevistas com escritórios internacionais de advocacia para conduzir uma investigação em relação a vários temas no contexto da prisão de seu agora ex-presidente, ex-presidente do Conselho e ex-sócio majoritário, André Esteves.
Segundo o comunicado, o Conselho pretende criar um comitê que será composto em sua maior parte por membros independentes e irá acompanhar e direcionar a investigação que será feita pelo escritório de advocacia a ser escolhido.
A expectativa é que o escritório seja definido na segunda-feira. “Os membros do Conselho de Administração não irão impor limites à autoridade desse comitê em investigar esses temas e todo tema relacionado que entenda apropriado”, disse a instituição financeira no documento.
A instituição informou em comunicado separado que o Banco Central aprovou mudança de controle do BTG Pactual. Na operação, o grupo de sete principais sócios -- Marcelo Kalim, Roberto Sallouti, Pérsio Arida, Antonio Carlos “Totó” Porto, James de Oliveira, Renato dos Santos e Guilherme Paes -- assumiu o controle do BTG Pactual, substituindo Esteves.
A mudança foi uma tentativa de distanciar a instituição do banqueiro após ele ter sido preso na semana passada acusado de tentar interferir na investigação da Operação Lava Jato, da Polícia Federal.
Banco Central aprova saída de Esteves do grupo de comando do BTG
A diretoria colegiada do Banco Central aprovou as alterações na estrutura societária do banco BTG Pactual divulgadas na última quarta-feira (2), quando os principais sócios tiraram André Esteves do grupo de controle do banco.
O objetivo é blindar a instituição, que está com a credibilidade em xeque desde a prisão do banqueiro, investigado por participar de uma trama, junto ao senador Delcídio do Amaral, para obstruir a investigação Lava Jato. Com a alteração, o negócio fica sob controle de uma holding formada pelos sete principais sócios.
Também nesta sexta, o BTG informou que assinou um memorando para obter financiamento de R$ 6 bilhões do FGC (Fundo Garantidor de Créditos) e que busca escritórios de advocacia para realizar investigações independentes sobre a instituição.
Grandes investidores, especialmente os estrangeiros, têm regras que os impedem de manter recursos em um negócio se houver acusações como as que pesam contra Esteves.
Por esse motivo, os controladores decidiram cumprir uma cláusula do acordo de acionistas que permitia afastar o banqueiro do comando depois da confirmação, no domingo, de que ele ficaria preso por tempo indeterminado.
Esteves foi obrigado a entregar suas ações ordinárias (com voto) para os sócios. Em troca, recebeu papéis preferenciais (sem voto) na mesma proporção (28,8%). Ele continuará sendo o maior acionista do BTG e recebendo dividendos.
Com a mudança, os sócios Marcelo Kalim, Roberto Sallouti, Persio Arida, Antonio Carlos Porto Filho, James Marcos de Oliveira, Renato Monteiro dos Santos e Guilherme Paes compartilham o controle do BTG Pactual.
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