Cinco anos após ser comprada por uma multinacional, a marca de café Damasco está recebendo seu maior investimento em marketing desde a aquisição para garantir sua liderança no mercado curitibano e ganhar musculatura no interior do estado e no norte de Santa Catarina.
Além de uma campanha em televisão que vai continuar em 2016, a marca recebeu uma nova roupagem em suas embalagens e novos produtos – foi relançado o café solúvel Damasco e está chegando ao mercado o blend extraforte, que se junta ao clássico e ao intenso.
O café Damasco foi comprado no fim de 2010 pela norte-americana Sara Lee (que, após um processo de desdobramento e uma fusão se consolidou na Jacobs Douwe Egberts, a JDE) por um valor estimado na época em R$ 60 milhões. A aquisição foi uma forma para a companhia ganhar mercado no Sul do país, em especial no Paraná, onde suas outras marcas, como Pilão e Caboclo, ainda não tinham grande penetração.
No período, o Damasco continuou líder no mercado curitibano, com 26,8% de participação, muito próximo ao que tinha antes de 2010 – a linha de produção foi retirada da cidade logo depois da aquisição e transferida para Jundiaí, o que parece não ter influenciado no desempenho da marca. Tem hoje 11,1% de mercado no Paraná e 6,9% na Região Sul, onde é a terceira mais vendida.
“O mercado é muito pulverizado, tem mais de 2.500 marcas e 1.250 fabricantes”, explica Ricardo Souza, diretor de marketing da JDE. “A aquisição do Damasco nos firmou no mercado do Sul e ajudou também a elevar as vendas do Pilão.” O negócio permitiu que a companhia ampliasse sua força de vendas e seu acesso ao varejo na região.
O investimento maior em uma marca local é uma aposta para ampliar a abrangência geográfica da segunda marca mais vendida da empresa – o portfólio da JDE tem seis marcas, sendo a Pilão a mais vendida, além de Caboclo, Café do Ponto, Bom Taí e Senseo.
O mercado brasileiro de café movimenta anualmente cerca de 700 mil toneladas do produto, sendo 550 mil toneladas de café torrado e moído, a preferência nacional. Neste ano, a previsão é que haja um crescimento de apenas 1% no volume de vendas e de 8% no valor movimentado.
A empresa
A companhia que controla a marca Damasco passou por diversas mudanças nos últimos anos. Originalmente, a aquisição foi feita pela Sara Lee, em 2010. Dois anos depois, a Sara Lee foi extinta e dividida em duas unidades. A responsável pela área de cafés ficou sendo a Douwe Egberts, marca originalmente de uma trading holandesa de cafés. Em 2013, a empresa foi comprada pelo investidor alemão Johann A. Benckiser, que organizou o negócio para uma fusão com a Mondelez em 2014, quando passou a se chamar Jacobs Douwes Egberts. A própria Mondelez é fruto de uma reestruturação da Kraft Foods.
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