A diferença de competitividade entre os países desenvolvidos e em desenvolvimento está diminuindo, aponta o relatório do Fórum Econômico Mundial, divulgado nesta quarta-feira (7), em Genebra. "O resultado reflete a mudança no centro de gravidade da atividade econômica mundial", afirmou o diretor e economista do Centro para a Competitividade Global do Fórum Econômico Mundial, Beñat Bilbao-Osorio, à Agência Estado.
Enquanto o mundo desenvolvido encontra-se mergulhado numa longa crise, em razão da falta de ímpeto da atividade dos Estados Unidos e dos problemas de dívida na Europa, os emergentes exibem vigoroso crescimento econômico.
A distância entre nações ricas e pobres passa por redução principalmente em razão do desempenho da Ásia, especialmente a China, hoje no 26º lugar do ranking de competitividade, um avanço de oito posições em seis anos. "A China vem melhorando sistematicamente, mas, para estar no topo do levantamento, ainda precisa avançar principalmente no quesito da inovação", avalia.
América Latina
Os países da América Latina também se destacaram no resultado deste ano. Assim como o Brasil, a Bolívia avançou cinco posições para 103º. O Equador subiu de 105º para 101º. O México deu um pulo de oito lugares, para 58º, e o Peru, de seis colocações, para 67º. "A resistência em relação à crise internacional e a perspectiva de crescimento econômico vieram acompanhadas de aumento de competitividade", disse Bilbao-Osorio.
Para continuar avançando no ranking, os países latino-americanos precisam implementar reformas, acredita o diretor, de forma a melhorar a segurança, a infraestrutura e a competição internas. "São mudanças difíceis, mas que terão de ser feitas."
EUA
Se os países emergentes estão conseguindo resultados mais favoráveis, as nações desenvolvidas vão regredindo. O principal exemplo são os Estados Unidos, que deixaram a liderança do ranking de competitividade obtida quatro anos atrás para cair até a quinta posição no levantamento atual.
O ambiente norte-americano passou a contar com a deterioração da situação fiscal e com a queda de confiança dos empresários no governo e nos políticos, diante do debate criado em torno do aumento do teto da dívida recentemente. Após muita polêmica, o limite do endividamento foi ampliado na última hora pelo Congresso, mas isso não conseguiu evitar o rebaixamento da nota de crédito AAA do país pela primeira vez na história.
Bilbao-Osorio acredita que os emergentes continuarão no processo de fechar a diferença de competitividade existente com os países desenvolvidos. Existe estagnação da competitividade entre os membros da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), que representam as nações mais ricas. "Algumas estão inclusive perdendo competitividade, como a Grécia."
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