A Câmara dos Deputados aprovou, na noite desta terça-feira (19), a Medida Provisória 668, uma das propostas do ajuste fiscal elaborado pelo Palácio do Planalto. Os deputados ainda seguem votando 16 destaques que podem alterar o texto-base aprovado por 323 votos, contra 125 objeções e 5 abstenções.

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Após a análise de emendas, a matéria precisa passar pelo Senado antes de ir à sanção presidencial.

O governo conseguiu que o texto voltasse a incluir mudanças elaboradas pela Receita Federal sobre a tributação de bebidas frias, como águas engarrafadas, cervejas, refrigerantes, sucos.

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O presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), havia retirado sete artigos da MP incluídos pelo relator da media, o deputado Manoel Júnior (PMDB-PB), a pedido da Receita. O argumento de Cunha foi o de que os artigos tratando das bebidas eram “corpos estranhos” ao tema central da MP 668, que eleva a tributação incidentes sobre produtos importados.

O líder do governo, José Guimarães (PT-CE), apresentou requerimento solicitando o retorno dos artigos na MP. O pedido do líder foi referendado pela maioria de deputados. Com isso, voltou à medida provisória o pedido da Receita para que o texto-base da MP 668 aumentasse a Cofins e o Pis/Paseb de bebidas importadas.

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A importação da matéria-prima extrato de refrigerante e águas minerais e gaseificadas passarão a recolher 3,31% de PIS/Pasep e 15,26% de Cofins. As alíquotas anteriores era de 2,32% e 10,68%, respectivamente. A MP 668 também passou a incluir um aumento na carga tributária incidente sobre cervejas com e sem álcool importadas, cuja alíquota de PIS/Pasep passou a ser de 3,74% e a Cofins, de 17,23%.

No caso de bebidas importadas vendidas direto ao consumidor final ou redes varejistas, as alíquotas passam a sofrer uma de 19,82% sobre o PIS/Cofins de 1,86%e de 20,03% sobre a Cofins de 8,54%.

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O relator incluiu ainda a regulação do pagamento de R$ 0,03 por embalagem de bebida saída das linhas de produção. A Receita já havia aplicado a medida, incluindo a determinação para que as empresas instalem contadores de embalagens, mas corria o risco de haver uma judicialização. O Superior Tribunal de Justiça (STJ) começou a analisar neste mês a cobrança dos R$ 0,03, após manifestação contrária apresentada pela Indústria Nacional de Bebidas (Inab).

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Tartaruga marinha

Os deputados debatem nesta noite os chamados “jabutis” incluídos por Manoel Júnior na medida provisória. O excesso de temas estranhos tem levantado críticas tanto da base quanto da oposição. “Essa MP é uma tartaruga marinha de 200 quilos”, provocou o deputado Moroni Torgan (DEM-CE).

O relator inclui na MP, por exemplo, que a Câmara pode realizar Parcerias Público Privadas (PPP). A emenda é importante para Cunha cumprir uma de suas promessas de campanha na eleição da Câmara: a construção do Anexo V. O projeto deve abrigar, além de um novo plenário e auditórios, uma série de lojas e, por isso, tem sido chamado de “projeto shopping center” nos corredores da Câmara.

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Manoel Júnior inclui, ainda, uma emenda livrando as igrejas de pagar INSS quando contratarem pastores e outros trabalhadores conforme a CLT, ou no caso de pagarem pagam ajuda de custo e transporte. O governo construiu acordo, segundo Guimarães, com a bancada evangélica para derrubar essa emenda.