O empresário Edson Campagnolo foi reeleito presidente da Federação das Indústrias do Paraná (Fiep) na tarde desta quarta-feira (5). A eleição foi disputada por uma única chapa, que obteve votos de 86 dos 93 sindicatos que votaram, e que agora vai comandar a instituição pelos próximos quatro anos.
A chapa foi formada apesar de uma das propostas de Campagnolo há quatro anos ser o fim da reeleição na Fiep. Segundo ele, a candidatura foi de interesse dos sindicatos que formam a federação.
Campagnolo coloca que muitos dos desafios enfrentados pelo setor industrial nos últimos anos vão continuar na pauta da próxima gestão. A necessidade de elevar a competitividade e articular soluções com o setor público estão entre as prioridades da indústria, que encarou um cenário adverso nos últimos anos.
Dentro da Fiep, uma das ações destacadas pelo empresário dentro dessa agenda voltada para o ganho de eficiência está a criação de institutos de tecnologia e inovação, frutos de um investimento de R$ 260 milhões e que devem começar a dar resultados nos próximos anos. Os centros são estratégicos para a criação de soluções tecnológicas que poderão ser usadas pela indústria nacional em um momento em que o enfraquecimento do real abre a possibilidade de se exportar mais.
“A saída para a indústria é melhorar a competitividade para alcançar o mercado externo”, explica Campagnolo. Setores como o de carnes, papel e celulose, madeira e automotivo, segundo ele, já começam a se beneficiar do câmbio mais amigável à exportação. Com algum investimento em inovação, outros setores, como móveis e vestuário, entrariam na lista.
A pauta do setor industrial para os próximos anos também traz uma negociação com os governos estadual e federal para que avancem temas que tornem o ambiente melhor para os negócios. “Precisamos de políticas públicas de longo prazo para estimular o investimento. Não adianta baixar um decreto para ajudar uma cadeia produtiva durante um ano”, diz.
Os temas em debate são difíceis, como a necessidade de se regulamentar a terceirização no Brasil. O projeto está parado no Congresso e, da maneira como foi aprovado na Câmara, não atende a necessidade do setor produtivo. Em outra frente, o plano federal de estímulo à exportação, bem recebido pelo empresariado, precisa ser complementado com mais ações para a redução da burocracia.
A Fiep também manterá sua posição contrária à renovação dos contratos do pedágio no Paraná. As conversas entre concessionárias e o governo do estado envolvem uma possível renovação das concessões, em troca da realização de mais obras. Algumas entidades empresariais defendem esse modelo, mas a análise na Fiep é a de que o melhor caminho é esperar o fim dos contratos para se fazer uma nova licitação. Paraná.
A falta de acordo entre as entidades sobre o futuro do pedágio não significa, para Campagnolo, um isolamento da federação. “Queremos envolver o industrial em um modelo de associativismo com outros setores, com participação maior na vida política do país”, diz.
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