São Paulo A valorização do dólar terá impacto apenas residual na renda dos produtores de soja brasileiros. A avaliação é dos analistas Anderson Galvão, da Céleres, e José Carlos Hausknecht, da MB Associados. Ambos concordam que, como mais da metade da safra já foi vendida, poucos se beneficiarão de uma apreciação do câmbio. Mesmo com a alta dos últimos dias, o dólar continua mais barato agora do que quando os agricultores compraram os insumos para a produção da safra atual. As lideranças agrícolas alegam que fertilizantes e defensivos foram adquiridos quando a moeda americana era cotada entre R$ 2,40 e R$ 2,50. "E seria preciso o dólar chegar a R$ 2,50 para que o agricultor conseguisse empatar com seus custos", avalia Galvão. Segundo o analista da Céleres, a elevação do dólar no atual momento pode, ao contrário, ter impactos adversos para a agricultura. "É justamente nesta época que os produtores começam a pesquisar preços dos insumos para plantar a safra seguinte", diz. "Uma instabilidade do câmbio pode prejudicar a próxima safra."
Mais custos