| Foto: Arquivo

Ruas da Cidadania

Segundo dados da Secretaria Municipal do Trabalho, cerca de 220 pessoas dão entrada no pedido do documento diariamente nas nove Ruas da Cidadania por causa da greve. Esse número é 40% maior do que o que era registrado antes da paralisação, quando aproximadamente 160 pessoas procuravam o serviço. "Nas Ruas da Cidadania é possível apenas dar entrada, pois quem faz o documento é o Ministério do Trabalho", alertou Paulo Rossi, superintendente da secretaria.

Segundo Rossi, depois que os trabalhadores fazem o pedido do documento, a secretaria informa os dados ao MTE, porém, isso também não está ocorrendo. Com a greve, os servidores do órgão não estão acessam o sistema e não há continuidade do processo.

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Candidatos perdem oportunidades de trabalho por causa da falta da carteira profissional. Essa é a conclusão que se chega após consultar algumas empresas de recursos humanos sobre a questão. O documento que não está sendo confeccionado porque os servidores do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) estão em greve desde o dia 5 de novembro.

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De acordo com dados da Sineepres (Sindicato dos Trabalhadores Terceirizados e Temporário), existem 3.700 vagas abertas em Curitiba e região metropolitana. Mas, a contratação esbarra em vários fatores, como a falta de qualificação profissional e também a falta de documentação.

Clodoaldo Barbosa, gerente jurídico de uma agência de recursos humanos da capital, afirmou que a falta de carteira impede a contratação porque os empregadores precisam do documento para regularizar a questão dos benefícios. Segundo ele, uma das informações essenciais do documento é o número do PIS, pois será a partir desse número que o empregador fará o depósito do FGTS. "Com o número do PIS o empregador dará baixa nos encargos. Por isso a falta da carteira de trabalho impossibilita a contratação", afirmou Barbosa.

Danilo Padilha, diretor executivo de outra agência de RH de Curitiba, disse que a falta da carteira é um complicador principalmente nessa época do ano. Isso porque a oferta de vagas é maior, principalmente de trabalhadores temporários. Para esses serviços, muitas empresas não exigem experiência. "Nessa época muitos candidatos buscam o primeiro emprego. Mas, sem a carteira de trabalho acabam não conseguindo", afirmou. Segundo Padilha, com a oferta de mão-de-obra é grande, os que não têm o documento perdem vagas para os que possuem o documento, mesmo que sejam mais bem preparados para a vaga.

Sindicato discorda

No entanto, essa não é a visão do sindicato que reúne também os servidores do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE). Gilberto Félix da Silva Júnior, servidor do ministério e diretor do Sindicato dos Servidores Públicos Federais em Saúde, Trabalho, Previdência Social e Ação Social do Estado do Paraná (Sindprevs), disse que o empregador que não contratar pela falta da carteira está agindo de má-fé. Segundo Silva, o trabalhador deverá apresentar o protocolo de que deu entrada no pedido do documento ao empregador e informar que ao final da greve levará a carteira para que seja assinada.

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De acordo com o diretor do sindicato, a pessoa contratada será cadastrada no livro de registro do empregado, e é a partir desse registro que se estabelece o vínculo com a empresa. "Não adianta nada o trabalhador ter a carteira registrada, se não constar nesse livro. Pois, a fiscalização do Ministério do Trabalho é feita com base nos dados que fazem parte do livro de registro do empregado", argumentou. . Sobre a questão do FGTS, Silva preferiu não se manifestar.

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