O número de famílias endividadas aumentou em outubro, assim como a fatia dos consumidores inadimplentes, segundo a pesquisa mensal de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic), da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC).
O porcentual das famílias endividadas passou de 58,9% em setembro e para 59,2% em outubro. Já a fatia que declarou ter dívidas ou contas em atraso saiu de 19,1% para 20,5%, no mesmo período. Também na mesma base de comparação, o número de famílias que afirma não ter condições de pagar as dívidas ficou estável (de 7,1% para 7%).
Embora o cartão de crédito continue liderando o ranking dos principais tipos de dívida, citado por 74,2% dos entrevistados, os financiamentos de carro e de casa ganharam espaço no último ano. Neste mês, o financiamento de automóvel foi citado por 13,6% dos entrevistados, contra uma fatia de 9,5% registrada no mesmo mês do ano passado. Já o financiamento de imóvel foi mencionado por 5,7% das famílias, ante um montante de 3,3% em outubro de 2011.
"O aumento no endividamento com carros foi provocado pelos incentivos do governo, como redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) e taxa de juros. No financiamento imobiliário também há toda uma política de incentivos, como o programa Minha Casa Minha Vida. Há um crescimento grande no mercado imobiliário, acompanhado pela queda nos juros e aumento no poder de compra das famílias", justifica Marianne Hanson, economista da CNC.
Marianne lembra que o perfil da dívida do brasileiro está mudando. As famílias estão se comprometendo mais com financiamentos de longo prazo, para aquisição de imóveis e automóveis, aquisição considerada por elas como investimento e não apenas dívidas.
O aumento no endividamento em outubro ocorreu apenas entre as famílias com renda até dez salários mínimos (61% ante 60,5% em setembro). Entre as famílias com renda acima de dez salários, o porcentual de endividados passou de 51,7% para 51,4%.
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